Natureza é “professora particular” que ensina o respeito à diversidade
19 de fevereiro de 2018
Envolvido com a fotografia de natureza há cinco anos, o físico Alexandre Carvalho visita diferentes parques para fotografar espécies da fauna e flora brasileiras.
Saíra-beija-flor muda a cor das penas após o período de reprodução (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
Alexandre Carvalho cumpre todos os dias o papel de compartilhar informações e preparar alunos da Universidade Federal de Alagoas para o mercado de trabalho. Mas o físico também é regido por uma professora: a natureza.
Fotógrafo amador há cinco anos, o professor universitário descobriu por meio dos cliques que a fauna e flora continuam vivas, mesmo em regiões urbanas. “Apesar de vivermos em grandes cidades, comecei a perceber a forma que a natureza resiste às agressões que vem sofrendo. Observei que mesmo nas margens de rios poluídos existe toda uma diversidade de espécies de pássaros”.
O conhecimento vai além das noções de bioma e dos aprendizados quanto às características das espécies. Alexandre encontra nos registros uma ferramenta de autoconhecimento. “Momentos de contemplação acabam se transformando em momentos de autoconhecimento, uma vez que, mesmo em uma atividade em grupo, você acaba tendo aquele momento consigo mesmo. Todo o ritual do ato de fotografar acaba sendo mais valioso do que o resultado final, que é a própria foto”, diz o fotógrafo, que mantém uma conexão cada vez mais forte com a natureza. “Depois que comecei a fotografar, passei a observar com mais carinho toda a diversidade da fauna e flora que existe ao nosso redor”.
Sabiá-laranjeira é ave símbolo do Brasil (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
Morador de Maceió (AL), o físico costuma visitar parques da região, como o Parque Municipal de Maceió e o Parque Estadual de Dois Irmãos, no Recife, mas as aventuras também ganham novos destinos, como a viagem pela Rota das Emoções, que liga Jericoacoara (CE), o Delta do Parnaíba (PI) e os Lençóis Maranhenses (MA).
Habituado a andar sempre com a câmera fotográfica, Alexandre não perde a oportunidade de registrar espécies, principalmente as aves. “É muito comum encontrar alguns pássaros na estrada, em particular gavião-carijó, garça-branca-grande e carcará”, conta o fotógrafo, que destaca alguns cliques do acervo. “Gostei de ter fotografado o udu-de-coroa-azul, no Parque Municipal de Maceió, e não posso deixar de lembrar o encontro surpresa com uma cobra-cipó se alimentando de uma rã. Em momentos como esse a gente se sente testemunha de um processo de equilíbrio e manutenção da vida”.
Udu-de-coroa-azul é ave difícil de ser avistada pois permanece a maior parte do tempo em silêncio (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
Bentevizinho-de-penacho-vermelho pesa entre 24 e 27 gramas (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
Cabeça-encarnada alimenta-se principalmente de pequenos frutos (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
Rabo-branco-acanelado ocorre do Maranhão ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
A lavadeira-mascarada se alimenta nas margens de rios, em açudes, brejos e pocilgas (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
Picapauzinho-anão (Veniliornis passerinus) nidifica em palmeiras e galhos secos (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)
Socozinho é ave migratória que nidifica nas margens de rios e lagos (Foto: Alexandre Carvalho/VC no TG)