Folha do Meio Ambiente

Harpia são observadas na Mata Atlântica (Foto: Terra da Gente)

 

 

 

 

A equipe do Terra da Gente percorre áreas preservadas de Mata Atlântica no Espírito Santo e na Bahia para observar os hábitos de uma majestade dos ares que corre riscos de desaparecer, mas que dá provas de que é capaz de superar as dificuldades e continuar reinando pelas matas.

 

A harpia – ou gavião real – é a mais nobre das águias brasileiras, a maior das Américas Central e do Sul. Uma fêmea pode chegar a 2,05 metros de envergadura e 9 quilos. Em cima de um monumental embiruçu que se destaca em uma reserva natural no estado capixaba, pesquisadores encontram um ninho que traz a certeza de que, mesmo com um número cada vez menor de áreas livres da exploração, caça e desmatamento, a ave tem conseguido procriar e garantir novas gerações.

 

A busca continua pelos quase 20 mil hectares do Parque Nacional do Pau Brasil, em Porto Seguro (BA), onde foram localizados três ninhos. Um deles provavelmente de uma fêmea que havia sido resgatada com desnutrição e solta já completamente recuperada.

 

Com uma população de número considerável na Amazônia, a harpia é cada vez mais rara nas regiões de Mata Atlântica do Sudeste e Nordeste do País e a chance de acompanhar os seus hábitos é um privilégio que exige muito trabalho, paciência e horas de caminhada.

 

Na região da Serra Bonita, no município baiano de Camacã, que conta com montanhas que ultrapassam os 900 metros de altura, a fotografia de um filhote feita há oito anos por um pesquisador é a pista para encontrar mais ninhos de harpia.

 

O esforço de quem foi atrás das aves é recompensado com uma surpresa emocionante; superação da natureza acontecendo diante dos olhos. Por falar nisso, a harpia consegue enxergar oito vezes mais do que um ser humano e sua capacidade de encontrar alimento impressiona, assim como a sua resistência aos desafios e riscos oferecidos pelo homem.