Pato-Mergulhão
Pato-Mergulhão símbolo das águas do país
3 de abril de 2018Durante o 8º Fórum Mundial da Água, o Ministério do Meio Ambiente publicou portaria no Diário Oficial da União confirmando o reconhecimento ao pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) como símbolo das águ
Pato-mergulhão é uma espécie ameaçada de extinção
A boa notícia está na Portaria no 79 do Ministério do Meio Ambiente, assinada pelo ministro Sarney Filho e publicada no Diário Oficial. A ação ajudará a conscientizar as pessoas sobre os riscos a uma das aves aquáticas mais ameaçadas de extinção no mundo.
Ao assinar a portaria, o ministro Sarney Filho lembrou que o papel do pato-mergulhão é importante para o equilíbrio dos ecossistemas. "Ele só vive em locais que tem água limpa e transparente, em que o meio ambiente está conservado. É uma espécie de termômetro para medir a qualidade de nossas águas", afirmou.
Com a assinatura da portaria, além da campanha Pato-mergulhão, Embaixador das Águas, uma iniciativa do Instituto Terra Brasilis, em parceria com o ICMBio, a espécie ganha um instrumento legal que a coloca em patamar de destaque nacional. O objetivo da medida é estimular e fortalecer as ações de preservação da ave.
AMEAÇAS CONSTRANTES
Segundo o ICMBio, há somente 250 exemplares no Brasil, sendo que a maioria se encontra nas unidades de conservação federais: Parque Nacional da Serra da Canastra (MG) e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), geridos pelo Instituto, órgão do MMA.
O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) necessita de águas muito limpas para viver. A ave serve como indicador biológico da qualidade das águas. No entanto, a crescente poluição que atinge os cursos d’água no Brasil, as mudanças causadas por projetos hidrelétricos e o assoreamento dos rios e lagos são fatores que impactam na sobrevivência da espécie.
Assim, além da campanha, que buscará conscientizar as pessoas sobre as ameaças à espécie criticamente ameaçada de extinção – segundo pesquisadores só existem cerca de 200 exemplares no Brasil –, o pato-mergulhão ganha um instrumento legal que o coloca em um patamar de destaque nacional. A medida vai, certamente, estimular e fortalecer as ações de preservação da ave.
IMPORTÂNCIA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Nesse aspecto, ressaltou Sarney Filho, as unidades de conservação cumprem importante função na sobrevivência do pato-mergulhão. Ele lembrou, inclusive, que as regiões tidas como habitat da espécie – Jalapão, em Tocantins; Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e Serra da Canastra, em Minas – são protegidas por UCs, duas delas federais – os parques nacionais da Canastra e dos Veadeiros.
A campanha de conservação do pato-mergulhão vai constar de ações de educação ambiental e de divulgação da importância da espécie e dos riscos que ela corre. Uma das estratégias será envolver estudantes de escolas públicas e privadas e sensibilizar a mídia para a necessidade de preservar a espécie.
SÔNIA RIGUEIRA, DO INSTITUTO TERRA BRASILIS
Sônia Rigueira, bióloga e Mestre em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre pela Universidade Federal de Minas Gerais é presidente do Instituto Terra Brasillis. Sônia Rigueira, que desenvolve ações de proteção da ave na região da Canastra, durante o Fórum Mundial da Água fez uma explanação, cheia de sensibilidade e poesia, sobre os hábitos do pato-mergulhão, as ameaças à sua sobrevivência na natureza e a necessidade de sua preservação.