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Ibama muda regra de transporte de animais silvestres entre estados para evitar fraudes

11 de maio de 2018

Notas fiscais eram fraudadas para dar aparência de legalidade a animais retirados irregularmente da natureza. Agora, será preciso pagar taxa e emitir autorização pelo instituto.

 

 

Papagaio é um exemplo de animal silvestre; animal não pode ser retirado da natureza  (Foto: Belmira McLeod/VC no TG)

Papagaio é um exemplo de animal silvestre; animal não pode ser retirado da natureza (Foto: Belmira McLeod/VC no TG)
 
 
 
 
 
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) mudou a regra para o transporte de animais silvestres entre estados no Brasil. Agora, o transporte de animais vivos ou abatidos deve ser feito mediante autorização de transporte e pagamento de boleto por meio do SISFauna, sistema de controle da fauna silvestre brasileira.
 
Se o sistema não funcionar, o Ibama orienta para que o autorização seja emitida em qualquer unidade do instituto. A nova portaria foi publicada nesta semana no Diário Oficial da União e substitui regra de 1997.
 
A norma anterior exigia apenas a apresentação de Nota Fiscal emitida pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, informa o Ibama. Segundo o instituto, no entanto, notas falsas eram utilizadas para regularizar animais retirados da natureza.
 
 
"A mudança foi proposta a partir da constatação de que notas fiscais falsas eram usadas para dar aparência de legalidade à venda de animais retirados irregularmente da natureza", informou o Ibama.
 
 
Atualmente, animais silvestres só podem ser adquiridos em criadouros autorizados pelo órgão ambiental competente. Não há autorização para a retirada livre da natureza, diz o Ibama.
 
Além da AT (Autorização de Transporte) e pagamento do boleto, o responsável deverá apresentar o Guia de Trânsito Animal, documento que atesta a regularidade sanitária do animal, informa o institutod.
 
O transporte de animais de estimação que não pertençam à fauna silvestre, como cães e gatos, não é afetado pela nova exigência, informa o Ibama.
 
O instituto "normatiza apenas a comercialização e o transporte de animais da fauna silvestre brasileira procedentes de empreendimentos de fauna registrados no Ibama", diz o instituto.
 
 
Animais silvestres no Brasil
 
Segundo a ONG WWF, o Brasil é um dos países que mais exporta animais silvestres ilegalmente no mundo. O transporte desses animais movimenta 1 bilhão de dólares anualmente, diz a ong.
 
Diferente de cães e gatos, o animal silvestre não é doméstico e reage à presença do ser humano. O papagaio, a arara, o mico e o jabuti são exemplos de animais silvestres.