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Ibama rejeita estudos de impactos sobre exploração de petróleo na costa do AP

30 de maio de 2018

Para o instituto, informações sobre atuação em possíveis acidentes têm ‘incongruências’. Área arrematada para exploração na foz do rio Amazonas fica numa região com recifes de corais.

 

 

Corais, até então desconhecidos, foram descobertos em 2016  (Foto: ©Greenpeace)

Corais, até então desconhecidos, foram descobertos em 2016 (Foto: ©Greenpeace)
 
 
 
 
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) emitiu parecer técnico onde rejeita, em parte, os termos dos estudos de impactos ambientais propostos pelas empresas Total, BP e Queiroz Galvão, que pretendem explorar petróleo na foz do rio Amazonas, na costa do Amapá.
 
Para o Ibama, os relatórios apresentam "lacunas e incongruências que inviabilizam a sua aprovação" e exige novos detalhamentos sobre possíveis acidentes e ações de controle. O G1 entrou em contato com as empresas e aguarda posicionamento.
 
Os pareceres foram enviados e as petroleiras podem apresentar novos estudos para se adequarem as normas estabelecidas pelo instituto. As áreas para exploração das empresas ficam na costa norte do estado, e recentemente, foram descobertas pelo Greenpeace formações de corais na área, ameaçadas pela exploração.
 
Em outro documento, o Ibama concluiu que "pendências e incertezas identificadas no licenciamento ambiental" impedem a continuidade do processo da Total. É cobrada da petroleira a apresentação de um Plano de Emergência Individual (PEI) satisfatório. Outro fator restritivo é a ausência de acordos bilaterais entre Brasil e França sobre ocorrências de derramamento de óleo.
 
 
 
Corais se desenvolveram em condições únicas de disponibilidade de luz (Foto: Greenpeace)
 
Corais se desenvolveram em condições únicas de disponibilidade de luz (Foto: Greenpeace)
 
 
 
Corais da Amazônia
 
Identificados em 2016, o ecossistema considerado único está localizado há 100 quilômetros da costa, podendo ser percebido há 220 metros de profundidade. A estrutura do recife é formada por esponjas, corais e rodolitos, além de um grande paredão de carbonato de cálcio.
 
 
Como são de água barrenta, eles têm características próprias até então nunca vistas na ecologia marinha. A extensão dos corais é cerca de 20% maior que a região metropolitana de São Paulo.
 
Para o Greenpeace, que realizou uma expedição submarina na região no início de 2017, os recifes estão ameaçados pelo fato de estarem localizados dentro dos lotes a serem explorados pelas petrolíferas. A viagem da entidade foi a primeira a descer na área.

 

 

Corais existem na costa do Amapá e se estendem ate o Maranhão (Foto: Divulgação/Greenpeace)

Corais existem na costa do Amapá e se estendem ate o Maranhão (Foto: Divulgação/Greenpeace)