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Governo Trump apresenta proposta para que regulamentação de emissões de usinas de carvão seja feita por estados

23 de agosto de 2018

Projeto de Barack Obama estabeleceu limites para reduzir 32% das emissões até 2030. De acordo com a revista “Time”, nova medida não deve manter a meta do governo anterior.

 

 

Imagem mostra usina termelétrica movida a carvão na região de Montana, nos Estados Unidos. (Foto: AP )

Imagem mostra usina termelétrica movida a carvão na região de Montana, nos Estados Unidos. (Foto: AP )
 
 
 
 
O governo dos Estados Unidos apresentou uma proposta nesta terça-feira (21) para deixar nas mãos dos estados a regulamentação que impõe limitações às emissões de dióxido de carbono. A medida substitui a legislação ambiental vigente durante o mandato do ex-presidente Barack Obama.
 
A nova proposta quer reduzir os custos das empresas devido ao Plano de Energia Limpa (CPP, na sigla em inglês), implantado por Obama, e que tinha como principal meta reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
 
A nova regra, batizada de plano de Energia Limpa Acessível (ACE, na sigla em inglês), prevê reduzir os custos das empresas em US$ 400 milhões ao ano. O governo de Donald Trump quer reduzir "o peso que a indústria local precisa suportar" devido à legislação anterior, informou a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), órgão responsávela pela nova medida.
 
A nova legislação passa a entrar em vigor após decreto do presidente Donald Trump, que ainda não anunciou a assinatura. A proposta corre o risco, no entanto, de ser bloqueada na Suprema Corte.
 
O administrador interino da EPA, Andrew Wheeler, garantiu em entrevista coletiva que a nova legislação permitirá uma economia de dinheiro aos consumidores, além de manter empregos. Ele disse também que o meio ambiente será protegido. A imprensa americana contesta essa previsão.
 
De acordo com a revista "Time", o projeto de Barack Obama pretendia reduzir a emissões de carbono do setor em 32% até 2030. A legislação do ex-presidente estabeleceu padrões para diminuir a poluição do meio ambiente em cada estado americano, uma exigência do governo federal. Em análise técnica divulgada pela EPA, essa redução, com a nova medida de Trump, não passará de 2%.
 
Em entrevista à emissora CNN, a chefe da EPA durante a administração de Obama, Gina McCarthy, disse que o fim do Plano de Energia Limpa é "apenas mais um passo de o setor desmantelar regulamentações que acham inconvenientes, mas absolutamente essenciais para nossa saúde pública e o futuro dos nossos filhos".
 
Atualmente, cerca de um terço da eletricidade do país é gerada por meio de usinas termoelétricas movidas a carvão.
 
 
Redução dos custos
 
Segundo fontes da EPA, em comparação com a legislação de Obama, essa nova regra permitirá uma redução de custos energéticos para as indústrias entre 0,2% e 0,5% até 2025.
 
O próprio Trump já tinha avisado em outubro passado que havia a intenção de derrotar o projeto de Obama, uma afirmação que pôs em alerta diversos legisladores e movimentos sociais que consideram que a ação teria um grande impacto negativo no meio ambiente.
 
Com esta nova medida, o governo dará um prazo de três anos aos estados para estabelecerem seus próprios padrões para a regulação do uso do carvão e que deverão, em seguida, ser aprovados pela EPA em até um ano. Caso não seja aprovada a proposta estadual, o governo federal poderá implantar sua própria legislação.