Brasil

A natureza resiste e dita o seu ritmo em Brasília

21 de setembro de 2018

Em meio ao Cerrado, Parque Nacional abriga centenas de espécies, algumas delas ameaçadas de extinção.

 

 

O Parque é uma parte praticamente intocada no Cerrado brasileiro — Foto: Terra da Gente

O Parque é uma parte praticamente intocada no Cerrado brasileiro — Foto: Terra da Gente
 
 
 
Mais do que uma área de preservação, um berço natural onde centenas de espécies conseguem viver e garantir o seu futuro. O Parque Nacional de Brasília, popularmente conhecido como Parque Água Mineral, tem 42 mil hectares distribuídos entre Brasilândia, Plano Piloto, Sobradinho e Padre Bernardo (GO).
 
Criado em 1961, em paralelo com o surgimento da capital do País, ele é uma parte praticamente intocada no Cerrado brasileiro, que ocupa 22% do território nacional e é o segundo maior bioma da América do Sul.
 
O local pode ser considerado como um oásis em meio ao constante crescimento urbano e encanta os visitantes. Uma equipe do Terra da Gente esteve no local e conferiu as riquezas de um lugar onde a natureza é dona de seu próprio ritmo.
 
 
 
Mais de 23 espécies de mamíferos foram flagradas circulando por ali — Foto: Terra da Gente
 
Mais de 23 espécies de mamíferos foram flagradas circulando por ali — Foto: Terra da Gente
 
 
 
Com apenas 1% do total aberto ao público, a reserva tem a capacidade de abrigar espécies que até então eram consideradas praticamente extintas. O trabalho de um grupo conhecido como Projeto “Brasília é o Bicho” espalhou, por um período de dois anos, uma série de câmeras de monitoramento pelas trilhas do parque e o resultado foi surpreendente.
 
Entre os mamíferos, mais de 23 espécies foram flagradas circulando por ali. Onças pardas, antas, tamanduás e lobos-guará são alguns exemplos de que o trabalho de preservação tem dado resultados positivos.
 
 
De acordo com os pesquisadores que trabalham na área, a maior conquista foi perceber que os animas têm encontrado condições ideais para se reproduzir algo que só acontece se o ambiente estiver completamente equilibrado.

 

A aparição dos animais mostra que o trabalho de preservação tem dado resultados positivos — Foto: Terra da Gente

A aparição dos animais mostra que o trabalho de preservação tem dado resultados positivos — Foto: Terra da Gente
 
 
 
Para algumas espécies – como as queixadas, por exemplo – o parque é um importante ponto de sobrevivência, já que elas só vivem na área demarcada. Difíceis de serem vistos, esses animais correm livres pela região onde têm seu habitat respeitado.
 
O tatu canastra é outra “estrela” do local, que encontrou o lugar ideal para viver. Suas imagens também foram capturadas por câmeras de monitoramento. O tatu canastra é considerado o maior tatu do mundo.
 
 
Noite
 
Ao cair da noite, os sons ganham novas características e é possível perceber que os anfíbios também fizeram do parque o seu lar. São 34 espécies catalogadas. Na escuridão, uma multidão mantém sua “serenata de amor” em busca de suas companheiras. O interessante, de acordo com os pesquisadores, é que a grande quantidade de espécies e a concorrência acirrada entre os machos tem provocado uma evolução mais rápido desse grupo de animais.
 
Claro que, onde tem natureza em sua plena forma, também existe uma infinidade de aves e fontes de água limpa. Esses são outros tesouros do Parque Nacional de Brasília. Andar por seus cantos e perceber seus encantos é ter a esperança de que, apesar do avanço dos espaços urbanos, a natureza tem o poder de resistir e de dar o seu espetáculo todos os dias.
 
 
 
34 espécies de anfíbios foram catalogadas na região — Foto: Terra da Gente
 
34 espécies de anfíbios foram catalogadas na região — Foto: Terra da Gente