ICMBio
Ekos Brasil promove expedição no Parna Cavernas do Peruaçu
17 de novembro de 2018O grupo percorreu a trilha do Janelão, Lapa Bonita e Lapa do Caboclo. O Parque tem 9 roteiros que envolvem 11 cavernas.
O Instituto Ekos Brasil, responsável por um acordo de cooperação técnica com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para o apoio à gestão do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, promoveu essa semana uma expedição com um pequeno grupo de jornalistas na unidade de conservação, localizada em Januária, Minas Gerais. O grupo percorreu a trilha do Janelão, Lapa Bonita e Lapa do Caboclo, acompanhados também pela equipe do ICMBio. O Parque, que tem 9 roteiros que envolvem 11 cavernas, exibe belas paisagens emolduradas pela arte rupestre pré-histórica, sítios arqueológicos milenares de importância internacional e cavernas de grandeza colossal.
“O Parque concentra sítios arqueológicos exuberante, com diversas figuras rupestres de várias formas e cores”, ressalta a pesquisadora Alenice Baeta, que acompanhou o grupo. Segundo o presidente do Ekos Brasil, Ernesto Niklaus Moeri, o patrimônio espeleológico encontrado no Parque é o acervo mais notável do Brasil e dos mais representativos em nível nacional. “A paisagem é majestosa, e imperam paredões arruinados, cavernas colossais e vales de vegetação abundante”, ressalta Moeri.
O grupo iniciou a expedição conhecendo a grandiosa Gruta do Janelão, que é a trilha mais procurada na unidade de conservação. Lá, tudo é grandioso. A caverna tem mais de 100 metros de altura, abriga salões com jardins naturais, sob teto desmoronados e gigantescos espeteotemas. A distância da trilha (ida e volta) é de 4,8 quilômetros, levando quase 5 horas. O local ainda possui figuras rupestres de mais de 12 mil anos denominada de São Francisco, com formas e composições variadas e muito coloridas.
Depois, o grupo conheceu a Lapa Bonita, que é toda ornamentada por estalactites, estalagmites, helictites, colunas, cortinas, escorrimentos. O Salão Vermelho é uma parte da galeria coberta por sedimentos avermelhados. Por último, a Lapa do Caboclo, que é importante para os estudos de arqueologia, porque possui um paredão com uma grande concentração de pinturas do estilo caboclo, entendidas como exclusivas no Peruaçu. O grupo conheceu também a boa gastronomia e a hospedagem, simples e aconchegante, que fica ao lado do Parque. A unidade faz divisa com três municípios – Januária, Itacarambi e São João das Missões. No caso da Área de Proteção Ambiental (APA), abarca os municípios de Januária, Itacarambi, Bonito de Minas e Cônego Marinho.
A chefe substituta Dayanne Sirqueira conta que o Parque foi recentemente estruturado para oferecer atividades de visitação e já apresenta crescente demanda de turistas interessados em conhecer os seus atrativos naturais. No ano passado, a unidade recebeu 6.865 visitantes e, neste ano, já foram contabilizados mais de 6.218 (até outubro). As visitas, que precisam ser agendadas no parque, são todas guiadas por condutores treinados. O treinamento é uma das ações que o Instituto Ekos pretende ainda realizar, promovendo aulas em arqueologia e inglês. “O condutor é um vendedor das belezas do Parque”, ressalta Maria Cecília Wey de Brito, engenheira agrônoma do Ekos.
O Acordo do Instituto Ekos com o ICMBio, com 15 anos de experiência na área ambiental, começou em 2017, através de uma chamada pública. Neste primeiro ano, o Instituto investiu R$ 200 mil e em 2018 serão R$ 250 mil, conta o presidente da instituição, Ernesto Moeri. Os recursos são do próprio Ekos, de doações de empresas privadas ou da venda de materiais como calendário ou camisetas. Para isso, o Instituto Ekos criou o Fundo Peruaçu para captar recursos, com o objetivo de apoiar a consolidação e manutenção do parque. O Fundo conta com um comitê de acompanhamento da destinação dos recursos, que são utilizados nas ações de gestão do Parque, apoio à pesquisa científica, recuperação das nascentes e apoio socioambiental à comunidade local.
Sobre o Parque
Criado em 1999, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu tem o objetivo de proteger o patrimônio geológico e arqueológico, amostras representativas de cerrado, floresta estacional e demais formas de vegetação natural existentes, ecótonos e encraves entre estas formações, a fauna, as paisagens, os recursos hídricos, e os demais atributos bióticos e abióticos da região norte do estado de Minas Gerais. A unidade abrange 56.449ha de um rico ecossistema, englobando características dos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Na área da UC podem ser encontradas espécies arbóreas, como a barriguda, ipê, gameleira, pequizeiro e aroeira, além de espécies rasteiras, como cactos, bromélias e demais suculentas.
A UC se destaca ainda pelas riquezas espeleológicas e arqueológicas, com mais de 180 cavernas catalogadas e inúmeros sítios arqueológicos com pinturas rupestres datadas de até 9 mil anos atrás. As cavernas do Parque se destacam pela imensidão das suas formações e cavidades que atingem até 100m de altura. Todas essas características tornam o PNCP um dos principais atrativos da região norte de Minas Gerais. Recentemente, o Parque Nacional foi estruturado para visitação pública, com recursos provenientes de Termo de Ajustamento de Conduta firmado junto à FIAT, Ministério Público Federal e ICMBio. Desde sua implementação e abertura à visitação, o número de visitantes do Parque tem aumentado ano a ano.