Paulo Nogueira-Neto
Paulo Nogueira-Neto
26 de fevereiro de 2019Morre Paulo Nogueira-Neto, criador da política ambiental brasileira
Ambientalista foi professor da USP e primeiro secretário especial do Meio Ambiente Nacional e também de Brasília. Paulo Nogueira-Neto era do Conselho Editorial da Folha do Meio Ambiente.
Está sendo velado nesta terça-feira, 26, o corpo do ambientalista Paulo Nogueira-Neto, que faleceu ontem em São Paulo aos 96 anos.
O ambientalista é filho do ex-deputado federal Paulo Nogueira Filho e de Regina Coutinho Nogueira. Viúvo, ele teve falência múltipla de órgãos e deixa três filhos – Paulo Nogueira Júnior, Luiz Antônio Nogueira e Eduardo Manoel Nogueira – e seis netos.
O velório está sendo realizado nesta terça-feira na sua própria casa, em São Paulo, desde ás 8 horas.
MAIOR AMBIENTALISTA BRASILEIRO
Sempre muito ponderado, Paulo Nogueira-Neto foi Secretário especial do Meio Ambiente do governo federal entre 1972 e 1986 – função hoje equivalente à de ministro. Ele representou o Brasil na primeira reunião global sobre sustenbilidade, organizada pela ONU, em 1972, em Estocolmo.
Foi também ele o responsável pela criação de estações ecológicas com objetivo de valorizar a preservação da natureza.
Na Universidade de São Paulo, Nogueira-Neto tornou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito, em 1945, e depois fez o curso de História Natural, na Faculdade de Filosofia e Letras, o qual ele concluiu em 1959. Além disso, foi professor emérito do Instituto de Biociências, onde também foi um dos fundadores do Departamento de Ecologia Geral.
Em 1986, o governador José Aparecido de Oliveira, do Distrito Federal, criou a primeira Secretaria de Meio Ambiente do País e fez de Paulo Nogueira-Neto o primeiro secretário da área ambiental.
SERVIÇOS PRESTADOS
Ao longo da carreira, o ambientalista recebeu uma série de homenagens. Entre os destaques está o Prêmio Paul Getty, láurea mundial no Campo de Conservação da Natureza, recebido com Maria Thereza Jorge Pádua, em 1981. Além disso, foi eleito duas vezes vice-presidente do programa "O homem e a biosfera (MAB)", da Unesco, e exerceu a presidência dele na sessão de 1983.
A atuação conservacionista fez com que fosse distinguido com a Ordem de Rio Branco (do Brasil) e com a Comenda da Arca Dourada, dos Países Baixos. Já no ano de 1997, ele recebeu o Prêmio Duke of Edinburgh, da WWF Internacional.
Nogueira-Neto foi ainda um dos fundadores da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), vice-presidente da WWF Brasil e atuou no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no Conselho do Meio Ambiente (Cades) da Prefeitura de São Paulo, no Conselho de Administração da Companhia Ambiental do estado (Cetesb). O ambientalista também foi vice-presidente do International Bee Research Association e membro do Advisory Group do PP-G7.
HOMENAGEM NOS 25 ANOS DE CONAMA
Em setembro de 2006, Conama homenageia Paulo Nogueira-Neto
Silvestre Gorgulho
Durante a entrega da Comenda ao ambientalista Paulo Nogueira Neto, além da ministra Marina Silva, o presidente da ANA, José Machado, e o presidente do Ibama, Marcus Barros. (Fotos: Jefferson Rudy)
HOMENAGEM A PAULO NOGUEIRA-NETO
Para a ministra Marina Silva, o aniversário do Conama deve ser comemorado de forma a assegurar os legítimos direitos e as reais necessidades das gerações presentes, sem que isso represente prejuízos para as gerações futuras. "É a única forma de promover o desenvolvimento em bases sustentáveis", afirmou.
Na solenidade, a ministra entregou ao fundador do Conama, Paulo Nogueira Neto (foto), uma escultura do artista plástico Siron Franco, em reconhecimento à sua luta na defesa do meio ambiente.
Paulo Nogueira também foi agraciado com a medalha de Comendador, instituída por decreto presidencial.
Criado pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, a plenária do Conama reuniu em São Paulo, pela primeira vez, os conselhos Estaduais de Meio Ambiente (Consema) e o Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de São Paulo (Cades).
Paulo Nogueira-Neto é autor do livro VIDA E CRIAÇÃO DE ABELHAS INDÍGENAS SEM FERRÃO. Este livro é considerado um dos pilares da Meliponicultura. A publicação traz as formas de manejo, classificação, Modelos de caixas, enfim Informações variadas que trazem luz aos acontecimentos cotidianos dos meliponicultores.