Meio Ambiente

Adultos se juntam aos seus filhos e netos para protestar pelo meio ambiente na Alemanha

29 de março de 2019

Em Berlim, grupo que recebeu o nome de “Parents for Future” está crescendo e já participa das manifestações semanais com crianças e adolescentes.

 

 

Homem mostra apoio a Gretha von Tunberg em protesto Fridays for Future — Foto: Parents for Future Berlin/Divulgação

Homem mostra apoio a Gretha von Tunberg em protesto Fridays for Future — Foto: Parents for Future Berlin/Divulgação
 
 
 
 
O movimento “Fridays for Future”, que reúne jovens estudantes em todo o mundo para protestar todas as sextas-feiras em favor do meio ambiente, está ganhando reforço em alguns países da Europa. Em Berlim, na Alemanha, um grupo de adultos – principalmente pais e avós – se uniu às crianças. Na capital alemã, o movimento já reúne 200 pessoas que participam das greves e passeatas às sextas-feiras.
 
Zsuzsanna Ilijin é uma das organizadoras do “Parents for Future Berlin”. Ela é ilustradora e tem uma filha de 4 anos. Zsuzsanna conta que o movimento começou em um grupo nas redes sociais. Muitos pais sentiram que precisavam ajudar os filhos. Alguns têm crianças muito pequenas para ir às manifestações sozinhas, como é o caso daorganizadora, e outros dizem que os filhos precisavam de apoio para lidar com os professores e com as faltas semanais às aulas.
 
“Também se juntaram ao nosso grupo pais que têm filhos ainda bebês. As crianças ainda não têm idade para participar do movimento, mas todos estamos muito preocupados com o futuro do planeta em que nossos filhos viverão”.
 
 
 
 
Estudantes contam com apoio de pais nas manifestações 'Fridays for Future" — Foto: Parents for Future Berlin/Divulgação
 
Estudantes contam com apoio de pais nas manifestações 'Fridays for Future" — Foto: Parents for Future Berlin/Divulgação
 
 
 
 
O apoio dos pais surge em um momento de grande discussão sobre o movimento na Alemanha, um dos países com maior adesão ao “Fridays for Future”. Mais de 300 mil pessoas participaram da marcha do dia 15 de março, a maior até agora, no país.
 
Alguns políticos, professores e ambientalistas criticam os protestos que surgiram com a estudante indicada ao prêmio Nobel da Paz, Greta Thunberg, de 16 anos. Eles defendem que as crianças e adolescentes têm o direito de protestar, mas que não deveriam fazer isso em horário escolar. O deputado Albert Rupprecht, do partido alemão CSU, por exemplo, já declarou que em principio apoia o movimento, mas que é completamente inaceitável que os estudantes se manifestem faltando de forma ilegal às aulas.
 
O assunto gerou polêmica e 2.300 cientistas assinaram um documento em apoio ao “Fridays for Future”. Zsuzsana e outros adultos também defendem as faltas dos estudantes: “Acreditamos que é muito importante que as crianças protestem durante o horário escolar para chamar a atenção do governo alemão. Se elas se manifestassem depois da escola, não teriam chamado tanta atenção”.
 
Os representantes do “Parents for Future” acreditam que os protestos semanais não atrapalham a educação das crianças e adolescentes. “As crianças aprendem muito com essas manifestações, tanto quanto aprenderiam na escola. E é importante mostrar ao governo que é preciso agir agora, não temos tempo a perder, ou as próximas gerações não terão um planeta para viver”.