Apuí
Mosaico do Apuí
30 de setembro de 2019Com cerca de 2.467.243,619 de hectares, o Mosaico do Apuí é formado por nove unidades de conservação, com diferentes propostas de manejo. São parques, reservas de desenvolvimento sustentável e extrativistas. Para proteger essa imensa área no coração do Amazonas, Aldeíza Lago dos Santos – gestora do Mosaico – promoveu com o governo do… Ver artigo
Com cerca de 2.467.243,619 de hectares, o Mosaico do Apuí é formado por nove unidades de conservação, com diferentes propostas de manejo. São parques, reservas de desenvolvimento sustentável e extrativistas. Para proteger essa imensa área no coração do Amazonas, Aldeíza Lago dos Santos – gestora do Mosaico – promoveu com o governo do Amazonas – a capacitação dos moradores do município em várias atividades de preservação como: brigadistas voluntários para combate à queimadas, educação ambiental e técnicas de primeiros-socorros e transporte de vítimas. É a estratégia mais importante para a preservação do Mosaico, pois – segundo Aldeiza Lago – “este é o principal desafio: capacitar as comunidades para beneficiar toda a região”.
O mosaico está localizado nos municípios de Apuí e Manicoré no Amazonas, e tal como o Parque Estadual do Juruena, sua criação faz parte do plano de formação do Corredor Ecológico da Amazônia Meridional. Responsável pela conexão de importantes áreas de proteção ambiental na porção sul da região, como os objetivos de: conservar a biodiversidade local, conter o avanço do arco do desflorestamento e a expansão da fronteira agrícola.
As unidades que que formam o Mosaico do Apuí são: o Parque Estadual do Sucunduri, o Parque Estadual de Guariba, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Bararati, Reserva Extrativista do Guariba, Floresta Estadual do Sucunduri, Floresta Estadual do Aripuanã, Floresta Estadual do Apuí, Floresta Estadual de Manicoré e Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Aripuanã.
COBERTURA VEGETAL
A cobertura vegetal da região é dividida por florestas de terra firme, as florestas de Igapó – ao longo dos rios – e manchas de cerrado, isoladas na floresta. Também é possível visualizar nas matas locais, sinais das mudanças climáticas ocorridas na Amazônia há milhares de anos.
CHAPADAS NA AMAZÔNIA
Segundo relatório e plano de manejo elaborado pelo WWF, é no Parque Estadual do Sucunduri que estão localizados os domínios geológicos mais antigos do mosaico de Apuí, formados por rochas proterozóicas e paleozóicas. Esse fator gera uma configuração diferente no relevo local, marcado pela presença de planaltos entre a depressão Amazônia, e por esta razão também conhecidos como chapadas da Amazônia.
ESPÉCIES ENDÊMICAS
Expedição Juruena-Apuí, coordenada pelo WWF, levantou a riqueza de espécies endêmicas bem como a sua heterogeneidade ambiental. Os rios que correm na área drenam o Planalto Cristalino (Escudo Brasileiro) e sua formação com corredeiras e cachoeiras é um dos tipos de ambientes-chave para sustentação da grande biomassa de peixes. No Parque do Parque do Sucunduri foram encontradas mais de 500 espécies de aves (algumas endêmicas), 14 espécies diferentes de primatas e espécies raras de anfíbios, como o Anolis phyllorhinu. Na flora, as espécies que se destacam são: o mogno, o cedro, a copaíba, andiroba, castanha e o pau-rosa. Grande maioria ameaçada pelo seu alto valor econômico.
MOSAICO DO APUÍ
As unidades de conservação que integram o Mosaico do Apuí, segundo sua área, sua data e decreto de criação. (WWF)
CURSO PARA VOLUNTÁRIOS
Após a conclusão do curso, os moradores estarão aptos para atuar como brigadistas na natureza, fazendo desde a orientação quanto o combate de pequenos focos.
Aldeíza Lago dos Santos, gestora do Mosaico, explica que o curso aborda treinamentos teórico e prático, com instruções sobre o manejo de fogo e orientações sobre os cuidados que devem ser tomados para que o fogo não se alastre na natureza. Mostra também técnicas de primeiros-socorros e transporte de vítimas. Há, no último dia de capacitação, uma performance prática para os moradores no combate a incêndios.
O município de Apuí figura na lista das cidades do Amazonas que mais registrou focos de calor no início do segundo semestre de 2019. Para promover ações de conscientização sobre os riscos de incêndios florestais, a Sema, por meio do Comitê Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, Controle de Queimadas e Monitoramento da Qualidade do Ar, vem trabalhando desde julho na formação de brigadistas voluntários em todo o estado.
Já foram realizadas formações de brigadistas voluntários para moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira, RDS do Igapó-Açu e RDS do Rio Amapá. Os cursos de formação de brigadistas serão realizados também nas reservas Extrativista (Resex) Canutama, Floresta Estadual de Canutama, Parque Estadual Rio Negro Setor Norte, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Nhamundá e Guajuma e RDS Puranga Conquista. Outras UCs estão recebendo também campanhas educativas, oficinas de manejo de foco, entre outras.