Tartarugas
Tartarugas marinhas
30 de setembro de 2019Rumo aos 40 milhões de 5 espécies de tartarugas marinhas protegidas
Projeto Tamar trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país, todas ameaçadas de extinção.
Há visível recuperação das tartarugas marinhas no Brasil.
O anúncio da Fundação Pró-Tamar é auspicioso: em parceria com ICMBio e outros patrocinadores, o Projeto Tamar anuncia: em breve iremos chegar à marca de 40 milhões de tartarugas marinhas protegidas. Isso deve acontecer com a próxima temporada de desova das tartarugas, quando cerca de 2 milhões de filhotes nascem nas praias brasileiras monitoradas pelo Projeto Tamar. O fundador do Projeto Tamar, Guy Marcovaldi, diz que a tartaruga de número 40 milhões já existe e navega em uma viagem transcontinental rumo às praias brasileiras. Segundo ele, é importante lembrar que a cada mil tartarugas que nascem, apenas uma ou duas sobrevivem e completam seu ciclo de vida. O presidente do ICMBio, Homero Cerqueira, disse que o resultado é fruto da união de esforços para salvar a vida de milhões de tartarugas marinhas.
ESPÉCIES DE TARTARUGAS
O projeto Tamar contribui para a recuperação de quatro espécies de tartarugas marinhas: tartaruga-oliva, tartaruga-de-pente, tartaruga-cabeçuda e tartaruga-de-couro. O trabalho do Tamar garante também a estabilidade da tartaruga-verde em Fernando de Noronha (PE) e Trindade (ES). A missão do projeto inclui é a pesquisa, a conservação e o manejo das cinco espécies, todas ameaçadas de extinção. O Projeto ainda trabalha na proteção de tartarugas jovens e adultas resgatadas de captura incidental na pesca. Acidentes com redes e anzóis, plásticos e o trânsito de veículos nas praias são fatores de risco para os animais.
26 LOCALIDADES
Atualmente, o Projeto Tamar está presente em 26 localidades, distribuídas em áreas prioritárias de desova, alimentação, migração e descanso. A cada temporada reprodutiva, o número de filhotes que nasce nas praias monitoradas pelo Projeto passa de 2 milhões, além de muitas tartarugas que são protegidas e salvas da captura incidental na pesca. Estudos científicos mostram que as populações de tartarugas marinhas no Brasil estão se recuperando.
SOBRE O PROJETO TAMAR
O Projeto Tamar começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. A Fundação Pró-Tamar executa a maior parte das ações descritas no PAN – Plano de Ação Nacional para a Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil do ICMBio/MMA. O Projeto Tamar trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 26 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Cerca de 2 milhões de filhotes nascem nas praias brasileiras na época de desova. (CMBio)
TARTARUGAS MARINHAS
As tartarugas marinhas são animais altamente migratórios, que podem passar pelas águas de diversos países em sua longa vida: em países como a China este animal tem uma relação até mesmo cultural com a longevidade. Mas o lixo no mar tem sido um dos principais sentenciadores da vida delas. Estima-se que entre 4 a 12 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos a cada ano. E no mar, o plástico vira uma armadilha para as tartarugas marinhas, sendo confundido com alimento ou aprisionando espécies, a exemplo de pedaços de redes de pesca que se enroscam em seus corpos podendo levá-las à morte.
Estima-se que entre 4 a 12 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos a cada ano. O lixo que mata os animais marinhos.
O CRIME DO LIXO
O lixo ingerido pode bloquear o sistema digestório e interferir no processo de flutuação da tartaruga, fazendo com que morram por inanição, pois param de se alimentar, acrescido das toxinas que são liberadas no organismo e das lesões no trato gastrointestinal delas. Com isso percebe-se que os tão debatidos canudos de plástico são apenas ‘a ponta do iceberg’ no que se refere ao que vai parar nos oceanos e, por tabela, no estômago desses animais marinhos.