Oceanos

5 países da Ásia descartam 60% do lixo plástico nos oceanos

25 de janeiro de 2020

Falta de aterros sanitários apropriados e aumento de consumo desses lugares têm contribuído muito para o aumento de resíduos nos mares do mundo

 

 

Resultado de imagem para cerca de 60% do plastico jogado nos oceanos vem de 5 paises

Acúmulo de lixo plástico flutuando na costa norte de Honduras, em foto de Caroline Power: o problema é global (Foto: Caroline Power Photography)

 

 

 

Lixo no oceano

Toneladas e toneladas: apenas 5% do lixo plástico descartado nos mares está aparente – os outros 95% está submerso  (Thinckstock/)
 
 
 
 
 
China, Indonésia, Filipinas, Tailândia e Vietnã descartam 60% dos resíduos de plástico encontrados nos mares do mundo hoje, aponta o relatório da ong americana Ocean Conservancy, divulgado hoje.
 
Apesar da porcentagem alta demais para países pequenos, a China representa uma fatia bem alta do total descartado.
 
A grande questão é que, em todos os cinco, apenas 40% do lixo é recolhido hoje. Em toda a Ásia, ele é muitas vezes empilhado em lixeiras comuns e arrastados pelo vento para o mar.
 
Aliado a essa falta de aterros sanitários apropriados, o crescimento da economia desses lugares tem levado as pessoas a consumirem mais e gerar mais descartes.
 
De acordo com o estudo, apenas 5% de todo o lixo plástico despejado no mar flutua nos mares, enquanto os outros 95% estão submersos nos oceanos, destruindo vidas marinhas e o ecossistema.
 
O problema é uma questão de preocupação mundial, alerta o relatório.
 
“Neste ritmo teremos quase uma tonelada de plástico para cada três de peixes em nossos oceanos até 2025”, disse Nicholas Mallos, diretor do programa de detritos marinhos da Ocean Conservancy, ao Business Insider.
 
Um número impensável e de consequência drástica para tanto para a economia quanto para o meio ambiente mundial. 
 
 
 
 
 
Foca capturada em rede de pesca (um dos principais itens dos resíduos plásticos) no atol de Kure, na região do Havaí (Foto: Nature Picture Library / Easypix Brasil)
 
 
 
 
 
Montanha de lixo plástico em uma ilha das Maldivas, no Oceano Índico (Foto: Alison’s Adventures)
 
 
 
 
 
 
Pilhas de pneus no leito oceânico da Grande Mancha de Lixo do Pacífico (Foto: Divulgação)
 
 
 
 
 
 
Albatroz encontrado morto no atol de Midway, com o interior repleto de plástico (Foto: Dan Clark/USFWS/AP)
 
 
 
 
 
Barreira coletora de plástico que a organização The Ocean Cleanup pretende usar na Grande Mancha de Lixo do Pacífico (Foto: Divulgação)
 
 
 
 
 
O mais grave é que a situação tende a piorar. Um relatório recente, divulgado pelo governo britânico, concluiu que até 2025 os oceanos do planeta estarão três vezes mais poluídos com plástico. Outro estudo, tornado público em 2016 no Fórum Econômico Mundial de Davos, afirmou que até 2050 os mares da Terra terão mais pedaços desse produto do que peixes. São materiais que levam pelo menos 450 anos para serem totalmente decompostos.
 
Para tentar mitigar a situação atual e evitar que ela piore, a Ocean Cleanup está desenvolvendo um sistema de grandes barreiras flutuantes com telas suba­quáticas com o objetivo de coletar cinco toneladas de lixo por mês a partir dos próximos anos. “O esforço pode ser inócuo, no entanto, diante de um aumento desenfreado da produção de plástico que, segundo pesquisas, pode triplicar na próxima década”, alertou Lebreton. “É preciso reduzir o desperdício, criar opções biodegradáveis alternativas e, principalmente, mudar a forma como usamos e descartamos os produtos feitos com esse material.”
 
 
 
 
 
 
 
 
Depósito de detritos
 
Descoberta na segunda metade da década de 1980, a Grande Mancha de Lixo do Pacífico está na área do Giro Pacífico Norte, um dos cinco maiores giros oceânicos do mundo, entre a costa ocidental dos Estados Unidos e o Havaí. A mancha acumula resíduos trazidos pelas correntes oceânicas.
 
 
 
 
 
Os detritos (plástico fragmentado, em sua maior parte) encontrados nessas águas calmas não são detectados em imagens de satélite por causa de sua baixa densidade: apenas quatro partículas por metro cúbico. Somente quem está em embarcações que se encontram na região consegue vê-los.
 
 
Esboço de ação
 
A comunidade internacional também está se mexendo para tentar resolver o problema do lixo nos oceanos. Em 2011, foi criado o Compromisso de Honolulu, para discutir a questão de resíduos nos mares em nível global. O documento é dirigido a governos, indústrias, organizações não governamentais (ONGs) e demais interessados. Seu objetivo principal é servir como instrumento de gestão para a redução da entrada de lixo nos oceanos e praias, bem como retirar o que já existe.
 
Um dos resultados concretos do Compromisso de Honolulu foi a assinatura da Declaração Global Conjunta da Indústria dos Plásticos, da qual a Plastivida é signatária. Para implementar no Brasil esse compromisso mundial, a associação, como uma das entidades representantes da cadeia produtiva dos plásticos no país, e o IO-USP assinaram o convênio em 2012. A meta é se capacitar e desenvolver estudos científicos para embasar as discussões no Brasil sobre a questão do lixo nos oceanos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Acúmulo de lixo plástico flutuando na costa norte de Honduras, em foto de Caroline Power: o problema é global (Foto: Caroline Power Photography)

 

 

 

Lixo no oceano

Toneladas e toneladas: apenas 5% do lixo plástico descartado nos mares está aparente – os outros 95% está submerso  (Thinckstock/)
 
 
 
 
 
China, Indonésia, Filipinas, Tailândia e Vietnã descartam 60% dos resíduos de plástico encontrados nos mares do mundo hoje, aponta o relatório da ong americana Ocean Conservancy, divulgado hoje.
 
Apesar da porcentagem alta demais para países pequenos, a China representa uma fatia bem alta do total descartado.
 
A grande questão é que, em todos os cinco, apenas 40% do lixo é recolhido hoje. Em toda a Ásia, ele é muitas vezes empilhado em lixeiras comuns e arrastados pelo vento para o mar.
 
Aliado a essa falta de aterros sanitários apropriados, o crescimento da economia desses lugares tem levado as pessoas a consumirem mais e gerar mais descartes.
 
De acordo com o estudo, apenas 5% de todo o lixo plástico despejado no mar flutua nos mares, enquanto os outros 95% estão submersos nos oceanos, destruindo vidas marinhas e o ecossistema.
 
O problema é uma questão de preocupação mundial, alerta o relatório.
 
“Neste ritmo teremos quase uma tonelada de plástico para cada três de peixes em nossos oceanos até 2025”, disse Nicholas Mallos, diretor do programa de detritos marinhos da Ocean Conservancy, ao Business Insider.
 
Um número impensável e de consequência drástica para tanto para a economia quanto para o meio ambiente mundial. 
 
 
 
 
 
Foca capturada em rede de pesca (um dos principais itens dos resíduos plásticos) no atol de Kure, na região do Havaí (Foto: Nature Picture Library / Easypix Brasil)
 
 
 
 
 
Montanha de lixo plástico em uma ilha das Maldivas, no Oceano Índico (Foto: Alison’s Adventures)
 
 
 
 
 
 
Pilhas de pneus no leito oceânico da Grande Mancha de Lixo do Pacífico (Foto: Divulgação)
 
 
 
 
 
 
Albatroz encontrado morto no atol de Midway, com o interior repleto de plástico (Foto: Dan Clark/USFWS/AP)
 
 
 
 
 
Barreira coletora de plástico que a organização The Ocean Cleanup pretende usar na Grande Mancha de Lixo do Pacífico (Foto: Divulgação)
 
 
 
 
 
O mais grave é que a situação tende a piorar. Um relatório recente, divulgado pelo governo britânico, concluiu que até 2025 os oceanos do planeta estarão três vezes mais poluídos com plástico. Outro estudo, tornado público em 2016 no Fórum Econômico Mundial de Davos, afirmou que até 2050 os mares da Terra terão mais pedaços desse produto do que peixes. São materiais que levam pelo menos 450 anos para serem totalmente decompostos.
 
Para tentar mitigar a situação atual e evitar que ela piore, a Ocean Cleanup está desenvolvendo um sistema de grandes barreiras flutuantes com telas suba­quáticas com o objetivo de coletar cinco toneladas de lixo por mês a partir dos próximos anos. “O esforço pode ser inócuo, no entanto, diante de um aumento desenfreado da produção de plástico que, segundo pesquisas, pode triplicar na próxima década”, alertou Lebreton. “É preciso reduzir o desperdício, criar opções biodegradáveis alternativas e, principalmente, mudar a forma como usamos e descartamos os produtos feitos com esse material.”
 
 
 
 
 
 
 
 
Depósito de detritos
 
Descoberta na segunda metade da década de 1980, a Grande Mancha de Lixo do Pacífico está na área do Giro Pacífico Norte, um dos cinco maiores giros oceânicos do mundo, entre a costa ocidental dos Estados Unidos e o Havaí. A mancha acumula resíduos trazidos pelas correntes oceânicas.
 
 
 
 
 
Os detritos (plástico fragmentado, em sua maior parte) encontrados nessas águas calmas não são detectados em imagens de satélite por causa de sua baixa densidade: apenas quatro partículas por metro cúbico. Somente quem está em embarcações que se encontram na região consegue vê-los.
 
 
Esboço de ação
 
A comunidade internacional também está se mexendo para tentar resolver o problema do lixo nos oceanos. Em 2011, foi criado o Compromisso de Honolulu, para discutir a questão de resíduos nos mares em nível global. O documento é dirigido a governos, indústrias, organizações não governamentais (ONGs) e demais interessados. Seu objetivo principal é servir como instrumento de gestão para a redução da entrada de lixo nos oceanos e praias, bem como retirar o que já existe.
 
Um dos resultados concretos do Compromisso de Honolulu foi a assinatura da Declaração Global Conjunta da Indústria dos Plásticos, da qual a Plastivida é signatária. Para implementar no Brasil esse compromisso mundial, a associação, como uma das entidades representantes da cadeia produtiva dos plásticos no país, e o IO-USP assinaram o convênio em 2012. A meta é se capacitar e desenvolver estudos científicos para embasar as discussões no Brasil sobre a questão do lixo nos oceanos.