EUA

Bayer e Basf são condenadas nos EUA a pagar US$ 265 milhões para um agricultor

17 de fevereiro de 2020

Produtor do Missouri denunciou que os herbicidas das empresas destruíram suas lavouras de pêssegos.

 

 

Aplicação incorreta do dicamba pode prejudicar lavouras vizinhas — Foto: Reprodução/TV Diário

Aplicação incorreta do dicamba pode prejudicar lavouras vizinhas — Foto: Reprodução/TV Diário
 
 
 
 
 
Um tribunal americano condenou as empresas alemãs Bayer e Basf a pagar US$ 265 milhões a um agricultor que denunciou que os herbicidas das empresas destruíram suas colheitas de pêssegos.
 
O júri do tribunal federal de Cape Girardeau, no estado do Missouri, anunciou a sentença após uma denúncia de Bill Bader, que alegava que as duas empresas estimulavam os agricultores a usar o herbicida dicamba, um dos mais vendidos nos EUA, de forma irresponsável.
 
O dicamba é um herbicida popular, mas polêmico, pois tende a matar as plantações nos campos vizinhos onde é utilizado. Expande facilmente e acaba com as plantas que não estão adaptadas ao produto.
 
De acordo com a agência Bloomberg, este foi o primeiro julgamento nos Estados Unidos sobre o pesticida dicamba, que está há muitos anos no mercado.
 
Agricultores de várias regiões dos Estados Unidos processaram a Bayer pelos prejuízos sofridos por culpa do dicamba.
 
A decisão judicial acontece depois de outro caso no qual a Bayer foi condenada por júri da Califórnia a pagar US$ 290 milhões a um jardineiro que tem um câncer incurável.
 
A sentença foi motivada pelo fato da empresa não ter informado de maneira suficiente sobre o perigo do RoundUp, à base de glifosato, outro pesticida polêmico.
 
 
Bayer, que afirma que o dicamba é inócuo para as plantações caso os agricultores sigam as instruções, anunciou em um comunicado que pretende apelar contra a sentença o mais rápido possível.
 
A Basf também anunciou que deseja "utilizar todos os meios legais à disposição" para contestar a decisão, afirmou um porta-voz da empresa.
 
A Bayer comprou em 2018 o grupo americano Monsanto e teve que vender para a BASF parte de suas atividades agroquímicas para respeitar as normas de concorrência.