Folha do Meio Ambiente

A decisão foi publicada por Carta nº 875/2020 do Fórum Nacional de Comitê de Bacias Hidrográficas: o XXII Encontro Nacional, previsto para acontecer em outubro desse ano, em Curitiba, foi adiado para o primeiro semestre de 2021, em decorrência da pandemia do Covid-19. A data ainda não está fixada, pois os organizadores aguardam a retomada das atividades para as decisões finais.

 

A coordenação aguarda a evolução do cenário atual para definir a nova data que depende tanto de aporte financeiro do Estado, de patrocinadores e colaboradores para subsidiar o evento, como da participação de representantes dos colegiados.

 

Uma das organizadoras do evento, assessora técnica da diretoria de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos e chefe da divisão de Proteção de Mananciais do Instituto Água e Terra, Daniele Tortato, disse que aguarda a retomada das atividades para dar continuidade à programação. “Esperamos otimistas a retomada da normalidade, social e econômica do país. É um evento grandioso e importante diante do compromisso de preservar e garantir a exploração consciente dos nossos recursos hídricos”.

 

Daniele Tortato ressaltou que todas as instâncias do poder público federal, estadual e municipal, sociedade civil e o setor produtivo da economia brasileira estão voltados para combater e minimizar os impactos da pandemia causados pelo coronavírus. A expectativa otimista é que o Brasil volte à normalidade somente a partir do 2º semestre deste ano, quando se espera o início do rearranjo institucional, social e econômico do país.

 

ENCOB – O Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas é um evento que tem como objetivo criar oportunidade de diálogo e troca de experiências entre seus entes, a integração dos Comitês de Bacias e a troca de experiências para a promoção da gestão integrada das águas. Nesse ano, representantes de dezesseis fóruns estaduais confirmaram presença no evento que aconteceria entre 12 e 16 de outubro.

 

 

ENCOB – TROCA DE EXPERIÊNCIAS

 

As redes possibilitam trocas de experiência, parcerias e debates de erros e acertos para o aprimoramento do uso racional da água de rios, lagos e aquíferos.

 

 

 

 

 

Para o engenheiro Raymundo Garrido, ex-Secretário Nacional de Recursos Hídricos (foto), a criação de organizações de bacia hidrográfica é uma das alternativas mais convenientes para uma gestão integrada dos recursos hídricos. Justamente porque constitui um mecanismo ágil e eficaz para a solução de conflitos pelo aproveitamento desses recursos por usos múltiplos, compatibilizando o uso racional e equânime da água. E as redes de organizações de bacias estão dentro deste contexto.

 

Essas redes são associações formadas por entidades-membro cuja atividade principal é contribuir, quando não atuar diretamente, para o gerenciamento dos recursos hídricos. Essas entidades-membro são precisamente as organizações de bacia.

 

Para o professor Raymundo Garrido, o processo de aparecimento dessas organizações constitui uma verdadeira onda que vem varrendo o planeta. Justamente para mostrar que as entidades de bacia hidrográfica são um novo tipo de organização da sociedade civil organizada que, irmanada com segmentos governamentais e com o setor privado, tem encontrado os melhores caminhos para planejar, executar e controlar o gerenciamento dos recursos hídricos. 

 

Para o ex-Secretário Nacional de Recursos Hídricos, o Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas é muito importante porque as trocas de experiências são fundamentais por trazer à tona sobre procedimentos, informações sobre os problemas inerentes a cada bacia, mas, sobretudo, a discussão e análise de políticas, estratégias, planos e projetos relacionados com a gestão integrada dos recursos hídricos.

 

 

O QUE É BACIA HIDROGRÁFICA

 

Bacia hidrográfica é a área ou região de drenagem de um rio principal e seus afluentes. Pode-se dizer que é a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de outros rios, pela lei da gravidade, escoam em direção a um determinado curso d’água.

 

É importante, portanto, ter consciência de que, ao andarmos pelas ruas ou em uma mata, por exemplo, estamos andando necessariamente sobre a área de uma bacia hidrográfica, pois as águas que eventualmente escoam nesses locais tendem a se direcionar para um rio.

 

 

 

 

Esquema representativo da área de uma bacia hidrográfica

 

 

 

 

DIVISOR DE ÁGUA – O que separa uma bacia hidrográfica de outra são os divisores de água. Eles são como uma espécie de fronteira em que, de um lado, escoa a água em direção a um rio e, de outro, escoa a água em direção a outro rio.

 

Em razão da força da gravidade, as águas correm sempre do ponto mais alto da superfície em direção aos pontos com menores altitudes. Assim, podemos dizer que as localidades mais elevadas são os divisores de água e os pontos menos elevados costumam abrigar o leito dos rios.