Lixo

O lixo da quarentena

1 de abril de 2020

Quarentena aumenta volume de lixo e exige cuidado com descarte

 

 

Alerta do Ministério da Saúde e de todos os governos estaduais, especialmente das prefeituras: precisa garantir mais proteção aos coletores do lixo e a população precisa tomar atitudes importantes, como o uso de embalagens mais resistentes para reduzir risco de contaminação. O agravante é que esses setores compram no atacado e o descarte é no varejo.

 
No Paraná, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo alerta a população para que reforcem os cuidados com o descarte de resíduos gerados diariamente em casa durante o período de quarentena. No Distrito Federal, São Paulo e outras capitais as autoridades dão o mesmo conselho. Alerta por que o isolamento social e a prática do trabalho em casa elevaram significativamente o volume de lixo doméstico produzidos nas residências. De acordo com o secretário paranaense, Márcio Nunes, algumas atitudes simples podem garantir a segurança dos coletores na hora de recolher esses resíduos.
 
 
ROTINA DOMÉSTICA
 
“Armazenamento do lixo em embalagens mais resistentes, ou uso de dois sacos, e o preenchimento de apenas 2/3 da capacidade do saco para evitar rompimentos, devem fazer parte da rotina doméstica das pessoas nesse período”, orienta o secretário Márcio Nunes. “Essas atitudes reduzem o risco de contaminação de doenças, principalmente, a disseminação do coronavírus, dos trabalhadores durante o manuseio e armazenamento”, afirma o secretário, que é presidente do R-20, grupo com representantes dos 399 municípios que trata de ações de logística reversa. 
 
O secretário ainda ressalta a necessidade de cuidar de quem continua trabalhando pela população. “Como tratamos o nosso lixo é muito importante para não colocarmos em risco a vida de mais paranaenses. Se cada um fizer sua parte, estaremos todos protegidos”.
 
 
LIXO: TRANSFERÊNCIA DE LOCAL

 

 

 

A Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná estima que a produção do lixo residencial dobrou nas últimas semanas. Segundo o engenheiro e coordenador de Projetos Sustentáveis, Charles Carneiro, os restaurantes e comércio em geral pararam de funcionar, mas as pessoas estão produzindo mais lixo em casa. Parece ser uma transferência simples de local. Porém, a situação é mais complexa.  

“O agravante é que esses setores compram no atacado e a aquisição da sociedade civil é no varejo. As pessoas em casa geram muito mais material de acondicionamento de produtos, assim como sobras e aquilo que não é aproveitável, aumentando o volume”, explicou.
 
Ele ressaltou que outros aspectos, como mudanças de hábitos, excesso de estoque e maior interrupção no trabalho, também elevam a produção diária de lixo.
 
“A coleta diária porta a porta, que já era um serviço essencial, tornou-se indispensável. Por isso, é necessário o cuidado redobrado e a conscientização de cada um, individualmente”, afirma o secretário.