Brasil

Histórico florestal e da agricultura no mundo

30 de julho de 2020

Se o desflorestamento mundial prosseguir no ritmo atual, o Brasil – por ser um dos países que menos desmatou – deverá deter quase metade das florestas primárias do planeta.

 

 

Vamos voltar no tempo. Assim, mais ou menos 8 mil anos. O Brasil tinha então 9,8% das florestas mundiais. Pois é, menos de 10%. Depois de um profundo estudo da EMBRAPA, coordenado pelo pesquisador e doutor em Ecologia Evaristo de Miranda, a situação é esta hoje: o Brasil mais do que dobrou sua posição: hoje o país detém 28,3%. Explica o pesquisador Evaristo de Miranda que dos 64 milhões de km2 de florestas existentes antes da expansão demográfica e tecnológica dos humanos, restam menos de 15,5 milhões, cerca de 24%. Mais de 75% das florestas primárias já desapareceram. Com exceção de parte das Américas, todos os continentes desmataram, e muito.
 
 
O histórico florestal da Terra continua no trabalho da Embrapa: a Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía quase 11% e agora tem 3,4%. A Ásia já deteve quase um quarto das florestas mundiais, 23,6%, agora possui 5,5% e segue desmatando. 
 
No sentido inverso, a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora detém 41,4%, e o grande responsável por esses remanescentes, cuja representatividade cresce ano a ano, é o Brasil.
 
CONCLUSÃO: se o desflorestamento mundial prosseguir no ritmo atual, o Brasil – por ser um dos que menos desmatou – deverá deter, em breve, quase metade das florestas primárias do planeta. O paradoxo é que, ao invés de ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal, o País é severamente criticado pelos campeões do desmatamento e alijado da própria memória.
 

 

 

O pesquisador Evaristo de Miranda, da Embrapa Territórios, levou o estudo para o presidente Jair Bolsonaro, mostrando que os fatos e os números podem podem rebater as críticas das comunidades internacionais de que os agricultores brasileiros são desmatadores.

 

 

 
A NASA E AGRICULTURA NO BRASIL
 
Estudo da NASA desmente ambientalistas estrangeiros e comprova que Brasil preserva mais de 66% da vegetação nativa. A Embrapa referenda o trabalho da NASA. A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço – NASA é a agência do governo dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial. Tanto a NASA como o Serviço Geológico dos EUA publicaram recentemente um estudo sobre as áreas cultivadas no Planeta. 
 
Em relação ao Brasil, a NASA calculou a nossa área de lavoura em 63.994.479 hectares, correspondentes a 7,6% do total dos 8.515.767.049 km2 do território nacional.
 
Por sua vez, a Embrapa Territórios, com sede em Campinas, havia feito esse mesmo cálculo em 2016, também via satélite, chegando a um resultado muito próximo: 65.913.738 hectares ou 7,8%.
 
 
NÚMEROS DO BRASIL E EUROPA
 
Os números da NASA e da Embrapa podem rebater as críticas das comunidades internacionais de que os agricultores brasileiros são desmatadores. O estudo demonstra como o Brasil protege e preserva vegetação nativa em mais de 66% de seu território e cultiva apenas 7,6%.
 
A Dinamarca cultiva 76,8% dez vezes mais do que o Brasil, a Irlanda 74,7%, os Países Baixos 66,2%, o Reino Unido 63,9% e a Alemanha 56,9%.
 
A maior parte dos países utiliza entre 20% a 30% do território com a agricultura. Os da União Europeia usam entre 45% a 65%, os Estados Unidos 18,3%, a China 17,7% e a Índia 60,5%, enquanto os agricultores brasileiros usam apenas 7,7% com muita tecnologia e profissionalismo, afirma Evaristo de Miranda.
 
 
MAIORES ÁREAS CULTIVADAS
 
As maiores áreas cultivadas estão na Índia (179,8 milhões de hectares), nos Estados Unidos (167,2 milhões de hectares), na China (165,2 milhões de hectares) e na Rússia (155,8 milhões de hectares). Esses quatro países utilizam 36% da área cultivada do planeta. O Brasil ocupa o quinto lugar, seguido por Canadá, Argentina, Indonésia, Austrália e México.
 
O chefe da Embrapa, Evaristo de Miranda, explica que durante duas décadas a Terra foi vasculhada detalhadamente, em imagens de alta definição por pesquisadores, que comprovaram os dados publicados pela Embrapa. Os europeus, que desmataram e exploraram intensamente os seus territórios, querem agora controlar e ditar como o Brasil deve gerenciar seu território.
 

 

O ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli esteve na Embrapa Territorial, em Campinas, com o pesquisador Evaristo de Miranda e sua equipe. Paolinelli conheceu trabalhos da Embrapa, a exemplo dos levantamentos sobre atribuição, ocupação e uso de terras e o geoweb “Inclusão Produtiva no seu Município (GeoSocial).