Em meio à pandemia de Covid-19, reserve um tempo para se reconectar com a natureza
11 de novembro de 2020Se você estiver em um local afetado pela pandemia de COVID-19, passar 20 minutos vivenciando a natureza em um parque, rua ou mesmo em seu quintal, pode reduzir significativamente seus níveis de estresse. Apenas se certifique de seguir as diretrizes federais, estaduais e locais, além de manter o distanciamento social de 2 metros (6… Ver artigo
Se você estiver em um local afetado pela pandemia de COVID-19, passar 20 minutos vivenciando a natureza em um parque, rua ou mesmo em seu quintal, pode reduzir significativamente seus níveis de estresse. Apenas se certifique de seguir as diretrizes federais, estaduais e locais, além de manter o distanciamento social de 2 metros (6 pés). Mas, se você não puder sair de casa, fazer uma pausa abrindo uma janela e olhando para uma árvore ou planta, também auxiliam a aliviar o estresse.
Após anos de pesquisa, a Dra. MaryCarol Hunter, ASLA – arquiteta paisagista, ecologista e professora da Universidade de Michigan – afirma que apenas 20 minutos de convivência na natureza trazem grandes benefícios para a saúde. Suas descobertas, que tiveram ampla cobertura da mídia no ano passado, foram publicadas no Frontiers of Psychology.
A pandemia do Coronavírus – e toda a destruição financeira, social e emocional acarretada por ela – aumentou consideravelmente os níveis de estresse em todo o mundo. “As pessoas estão presas dentro de casa, assustadas e as notícias não parecem melhorar”, afirma Hunter.
Ela explicou que existem algumas boas maneiras de parar de “remoer e se concentrar nas coisas ruins”. Uma forma é se exercitar, outra é experimentar a natureza, que oferece uma “ótima maneira de despressurizar”.
Ela recomenda caminhar, deitar ou olhar atentamente para uma árvore, planta, inseto ou animal. “Livre-se da tecnologia – de seu smartphone – e preste atenção no meio ambiente. A experiência da natureza é a chave. O foco intencional proporciona a redução do estresse mais rapidamente. ”
A experiência de cada um é diferenciada, seja vivenciando uma trilha ou na rua, em um parque ou praça, em um quintal, um pátio com plantas, ou pela janela. “Você também pode fechar os olhos e ouvir pássaros ou insetos.”
Os parques são particularmente importantes, porque proporcionam também o convívio com outras pessoas a uma distância segura. Esses locais possuem poucas superfícies de metal ou plástico, limitando a presença do vírus.
Durante a pandemia, o departamento de parques e recreação de Nova York fez questão de manter os parques da cidade abertos.
Mitchell J. Silver, comissário dos parques de Nova York, disse ao The New York Times em março, que não existem planos para fechamento dos parques. “Eu sou otimista. É extremamente importante respirar ar fresco, pois fortalece o sistema imunológico. As pessoas estão fazendo uso dos parques. Vinte minutos ao ar livre, já reduzem o estresse e a ansiedade. Muitas pessoas buscam isso hoje, considerando o momento que estamos vivendo.”
Hunter reiterou um tópico apontado por Silver: passar um tempo na natureza é fundamental para estimular nosso sistema imunológico, que por sua vez, é essencial para evitar problemas de saúde. Um estudo realizado pelo pesquisador da Universidade de Illinois, Ming Kuo, indicou que “o bom funcionamento do sistema imunológico está ligado à resiliência”. Hunter acrescentou que a natureza também ajuda a melhorar a função cognitiva – nossa capacidade de prestar atenção, tão importante considerando a situação atual”.
O estudo de Hunter obteve grande impacto, porque foi o primeiro com foco na amostragem dos níveis de cortisol de um número relativamente grande de indivíduos expostos na natureza, repetidamente por longos períodos. Trinta e sete indivíduos foram testados três vezes por semana durante oito semanas. “Os testes de cada pessoa indicaram uma avaliação realista da capacidade de redução do estresse através da ‘pílula natural’ nas condições da vida diária.”
Em Ann Arbor, Michigan, Hunter proporcionou as cobaias, durante o verão, um amplo espaço, para que cada um pudesse definir e encontrar suas próprias experiências na natureza. Para alguns, foi dar um passeio no parque; para outros, sentar sob uma árvore. “A conexão com a natureza era a única diretriz.”
Cada indivíduo recebeu um aplicativo, que os motivou a explorar ao ar livre. Dentre os testes, diversas pessoas se consideravam ávidas ao ar livre, porém ficaram consternadas ao descobrir que não estavam tão bem qualificadas como pensavam. O aplicativo também permitiu que cada um registrasse a experiência que mais o motivava.
Ao examinar os níveis de cortisol nas amostras de saliva, Hunter e seus pesquisadores descobriram “o ponto mágico”, em que a experiência na natureza começava a relaxar as pessoas. Ela descobriu que apenas 20 minutos já proporcionavam uma redução significativa no estresse. De 20 a 30 minutos, as pessoas estão experimentando a “maior eficiência na redução do estresse, o maior retorno do investimento”. Após 40 minutos, há um alívio contínuo do estresse, porém mais lentamente.
Hunter afirma que recebeu muitas perguntas: “E se eu não tiver 20 minutos?” A resposta dela: Mesmo se você não tiver tanto tempo de uma vez, fazer intervalos menores de 5 a 10 minutos também auxiliam no processo.
A pandemia expôs como é importante incorporar a natureza, sempre que possível, ao longo das ruas e em pequenos parques, praças e pátios, no dia a dia. Essas experiências tornam-se mais críticas atualmente, devido às crescentes limitações de tempo e restrições de viajar para grandes parques urbanos ou reservas naturais.
A pesquisa de Hunter foi patrocinada pela Fundação TKF. Saiba mais sobre os investimentos em evidências científicas que demonstram os benefícios da natureza para a saúde.
Este artigo foi publicado originalmente no The Dirt.
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