BAUNILHA DO CERRADO 5

Território Kalunga onde o tempo parou

4 de novembro de 2020

O quilombo Kalunga foi formado há mais de 300 anos. O território Kalunga está situado nas serras de três municípios: Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre, ao norte de Goiás. Formado por povos tradicionais de dezenas comunidades em 42 localidades, os Kalunga abrigam hoje quase 10 mil pessoas. O Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga possui 272 mil hectares

Da Redação

 

O quilombo onde o tempo parou

O quilombo Kalunga foi formado há mais de 300 anos. O território Kalunga está situado nas serras de três municípios: Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre, ao norte de Goiás. Formado por povos tradicionais de dezenas comunidades em 42 localidades, os Kalunga abrigam hoje quase 10 mil pessoas. É a maior comunidade remanescente de quilombo do Brasil. O Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga possui 272 mil hectares. A cultura Kalunga é marcada por uma forte relação com o cultivo de sua terra e com o Cerrado e abarca grande área de Cerrado conservado da microrregião Chapada dos Veadeiros.

 

As comunidades do quilombo Kalunga foram surgindo em uma terra de difícil acesso, entre serras e vales que circundam o Rio Paranã, local onde dificilmente seus antepassados seriam recapturados. Há 40 anos, quando houve um contato efetivo com a população de outras comunidades, os Kalungas nem sabiam que já havia acabado a escravidão no país. Desconheciam o dinheiro e faziam escambo. Ainda hoje sobrevivem de produtos extrativistas.

Hoje existem mais de 60 comunidades, sendo as seis principais: Contenda, Kalunga, Vão das Almas, Vão do Moleque, Ribeirão dos Bois e Engenho II, subdivididos em quase uma centena de agrupamentos: Contenda, Barra, Riachão, Sucuriú, Curral de Taboca, Saco Grande, Tinguizal, Boa Sorte, Bom Jardim, Areia, etc

 


PROJETO KALUNGA – Ações promovidas pela UFG se concentraram na comunidade do Engenho II, situado na zona rural do município de Cavalcante (GO). Os Kalunga enfrentam diversos problemas em suas comunidades, que vão da falta de infraestrutura, saúde, educação até problemas jurídicos relacionados aos posseiros que invadem suas terras ilegalmente.