Lixo

Professor da UNESP registra descaso da população com o meio ambiente

10 de novembro de 2020

Durante trabalho de campo, professor e alunos se depararam com acúmulo de entulhos e lixos

Juliana Neves

 

 

 

Na última sexta-feira, 6, o professor da UNESP Ourinhos, Edson Piroli, estava em um trabalho de campo com seus alunos quando se depararam com acúmulo de entulhos e lixos na Rua Evaristo Fantinati, na Vila Odilon. Proximidade da Área de Preservação Permanente do Córrego Jacuzinho.

Este cenário de descaso com o meio ambiente, além de poder ser considerado um crime, proporciona ônus para a população. Afinal todo o entulho que está depositado no local pode contaminar o solo e a água do córrego.

Segundo o professor, “se isso ocorrer a água não pode ser usada por quem mora abaixo, nas propriedades rurais, nem para irrigação nem para dessedentação de animais. Da mesma forma, se alguma pessoa tiver contato com a água contaminada, pode ficar doente. Isso causa prejuízos para os usuários e para o sistema de saúde, que fica ainda mais sobrecarregado”.

Além disso, ter a água contaminada aumenta o custo para o tratamento, encarecendo o valor do uso da água para quem for consumi-la. Outro fator importante, é que a água que é contaminada ou poluída, por alguma razão, pode matar as espécies de animais aquáticos e provoca impacto em outras espécies que se alimentam dessa tipologia. Portanto, contaminar a água compromete o ecossistema e a economia do município.

“Há ainda a questão de que montes de entulho servem de abrigo para cobras, escorpiões, ratos, baratas e outros animais nocivos que podem causar acidentes e até matar pessoas que passem por ali ou que morem perto”, complementa Edson.

Este acúmulo de entulhos e lixos são reflexos da falta de consciência de quem decidiu descartar o material no local, bem como a falta de fiscalização e de penalização imediata por parte de autoridades governamentais.

As pessoas não compreendem que este descarte irregular é prejuízo para o próximo, por isso, é necessário que cada cidadão realize denúncias deste tipo de ocorrência sempre que se deparar com esta situação.

Na opinião do professor, deveria ser feito “boletim de ocorrência por parte da prefeitura, a polícia deve investigar e descobrir quem fez aquilo e a justiça deve penalizar o infrator para que outros se deem conta de que não se pode destruir a qualidade de vida da população, o ambiente e ainda pôr pessoas em risco impunemente. Ao mesmo tempo é fundamental que sejam feitas campanhas de conscientização para que as pessoas percebam que as áreas públicas da cidade são de todos e que devem ser cuidadas por todos. Isso deve ser feito usando as mídias sociais, a imprensa e placas e outdoors nas áreas mais susceptíveis a esse tipo de ação. Além disso, é urgente que as polícias e a guarda municipal sejam orientadas a monitorar essas áreas e a agir nestes casos, tanto para impedir ações desse tipo quanto para prender rapidamente esses irresponsáveis”, conclui.

E para compreender o lado da Prefeitura, tentamos contato com Maurício Amorozini, secretário do meio ambiente e agricultura, para sabermos a posição da autoridade perante este descaso com o meio ambiente, o que a secretaria poderia colocar em prática para aumentar a conscientização, entre outros fatores, mas não recebemos atenção.