Folha do Meio
30 de dezembro de 20201989 -2021
A primeira edição da Folha do Meio Ambiente trouxe uma entrevista com o fundador da Fundação Getúlio Vargas, professor Luiz Simões Lopes, feita pelo editor Silvestre Gorgulho.
“…Todos os povos precisam dedicar atenção às suas reservas florestais. As florestas, nas suas múltiplas utilidades, têm posto de alto relevo na vida das nações, sob o ponto de vista econômico, sanitário e social”.
“As matas estão cada dia fugindo mais das aglomerações humanas e muitos de vós terão recordação de matas das quais não existem nem vestígios hoje em dia. No Brasil, grande parte dos brasileiros não conhece sequer a árvore que deu nome à Pátria – o Pau Brasil.”
Luiz Simões Lopes
Mais atual, difícil. Mais oportuno, nunca. Quando vemos hoje a ONU e outras entidades propondo estratégias para se obter um desenvolvimento sustentável, recomendando maneiras e ajudando a definir noções comuns relativas a questões ambientais, não podemos imaginar que, neste mesmo Brasil, tão alvo de agressões do exterior, há 91 anos, precisamente em março de 1930, um brasileiro reformista, inconformado, empreendedor e sonhador já estava lutando pela nossa natureza. É fantástico ver que, este brasileiro, com 86 anos (em 1989), despachando oito horas por dia em seu gabinete, ainda propõe soluções para o Hoje e para o Amanhã, com a mesma serenidade, lucidez e competência com que, em julho de 1938, por exemplo, promoveu o divisor de águas da administração pública brasileira com a criação do DASP, ou quando assinou a Exposição de Motivos ao presidente da República, para a criação da Fundação Getúlio Vargas.
LUIZ SIMÕES LOPES, gaúcho, agrônomo formado em Belo Horizonte, um dos criadores da FBCN – Fundação Brasileira para Conservação da Natureza, mentor e primeiro diretor geral do Serviço Florestal, lançador de revistas sobre Cultura e Educação, como a Revista Florestal, de onde foram tiradas as citações, desde a década de 20, sinalizava, pela primeira vez no País, “que a Terra era uma bola frágil e pequena, dominada não pela ação e pela obra do homem, mas por um conjunto ordenado de nuvens, oceanos, vegetação e solos” (Comissão Brundtland-1988).
Simões Lopes vislumbrou, desde então, a grandiosidade desta tarefa. A humanidade precisava agir conforme essa ordenação natural. Há quase um século, este brasileiro – único na sua medida do País – deu seu grito de alerta. Viva a vida! VIVA A NATUREZA!
VIVA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO!
FOLHA DO MEIO
1989 – 2021
HÁ 32 ANOS
A Folha do Meio Ambiente circulou pela 1ª vez em 23 de junho de 1989. Nesses 32 anos, o jornal plantou cidadania e conscientização ambiental em mais de 75 mil escolas públicas brasileiras. A partir de 2016, a edição é apenas digital, com todo conteúdo aberto para pesquisa de estudantes e professores. www.folhadomeio.com.br