ASAS URBANAS 2

Alimentação e segurança para as aves urbanas

30 de março de 2021

Comedouros para pássaros estimulam diversidade de aves nas cidades

Silvestre Gorgulho

 

Tem sempre alguém que pergunta: alimentar pássaros silvestres nas casas, jardins ou praças das cidades é prejudicial? A resposta é complexa, mas bem fácil de entender. Existe um mundo ideal que é justamente proteger as florestas e matas para que os animais, incluindo pássaros, possam viver em liberdade e encontrem naturalmente seus alimentos. Mas o mundo real é diferente. Os seres humanos ao construírem suas casas, seus abrigos, seus empreendimentos e suas cidades vão ocupando as áreas selvagens e encurralando – até expulsando – os animais de seus habitats. E mais ainda: as aves exercem um fascínio muito grande sobre os seres humanos, por isso alimentar pássaros é uma atividade muito antiga, que ocorre em todos os cantos do mundo. Assim, não prendendo aves e outros animais selvagens em cativeiros ou gaiolas, deixando-os soltos na natureza, mas buscando ajudá-los na alimentação e oferecendo proteção para que desfrutem também o ambiente urbano é uma ação exitosa que recebe incentivo de biólogos e urbanistas.

 

Os comedouros para aves podem ser sofisticados e muito simples como esses providenciados por Roberto Harrop no seu condomínio Bosque Águas de Aldeia, em Pernambuco.

 

Os especialistas dizem que, na Europa, alimentar pássaros é uma atividade comum. Não é considerada ilegal, muito pelo contrário, é incentivada pelas comunidades. Há também um empreendimento que caminha junto com essa atividade: a indústria e as lojas especializadas na venda de rações balanceadas para pássaros. Existem até o comércio de ninhos artificiais e de bebedouros dos mais variados. O rigoroso inverno europeu causa, muitas vezes, um grande impacto em determinadas espécies devido à dificuldade em buscar alimentos, principalmente quando a camada de neve permanece no solo durante algumas semanas. Nessas condições, recomenda-se alimentar os pássaros.