Folha do Meio Ambiente

A imagem entre os finalistas do concurso mostra um cardume de peixes da espécie piraputanga nas águas transparentes do Rio da Prata (Foto: Daniel De Granville)

O concurso de fotografia é sobre a biodiversidade brasileira. Mato Grosso do Sul está na disputa final com uma imagem subaquática do fotografo Daniel De Granville, realizada no Recanto Ecológico Rio da Prata, na zona rural do município de Jardim, que chama a atenção para a importância da preservação ambiental e para as belezas naturais sul-mato-grossenses.

A foto feita em um dos principais atrativos turísticos de Jardim mostra um cardume de peixes da espécie piraputanga nas águas transparentes do Rio da Prata, sob as sombras das árvores da mata ciliar e dos raios do sol em meio a vegetação. Sem dúvida, um espetáculo da natureza preservada.

“Mostrar, em uma única foto, o fundo do rio, as plantas aquáticas, a água azul, os peixes coloridos, o céu limpo e a copa das árvores da mata ciliar, é uma oportunidade única que acontece em poucos lugares do planeta”, disse Daniel De Granville, biólogo formado pela USP (Universidade de São Paulo) com pós-graduação em jornalismo científico pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e mais de 20 anos de trabalho entre as regiões do Pantanal e de Bonito, em Mato Grosso do Sul.

O experiente fotografo Daniel De Granville com mais de 20 anos de trabalho entre as regiões do Pantanal e de Bonito, em Mato Grosso do Sul (Foto: Reprodução)

Em 2015, Daniel De Granville venceu a primeira edição do Concurso de Fotografia de Natureza do Brasil, com uma foto feita na mesma região, mostrando a rara cena de uma ariranha mergulhando.

O evento nacional de 2015 teve mais de quatro mil imagens inscritas, e ele conquistou o prêmio “Luiz Claudio Marigo”, um mestre da fotografia brasileira, que havia falecido em 2014. “A ariranha mergulhou na minha frente”, lembrou.

Segundo Granville, Bonito, Jardim e Bodoquena oferecem oportunidade ímpar para fotografia subaquática ao associar duas características: águas cristalinas e uma grande diversidade de espécies. “O trecho específico do Rio da Prata, onde fiz a foto, tem valor especial neste sentido, pois está protegido por uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) aberta ao ecoturismo, permitindo que as pessoas vivenciem suas belezas”, ressaltou ele.

O mergulho da ariranha, imagem que valeu o primeiro lugar em concurso nacional de 2015 (Foto: Daniel De Granville)

De Granville lembrou que em 2018 o mesmo local onde fez a foto para o concurso deste ano foi destaque em rede nacional devido a turvação da água após um período de fortes chuvas. “Então esta foto tem importância ao mostrar que, em condições normais, o Rio da Prata é cristalino e cheio de vida”, ressaltou ele.

O concurso de fotografia de 2021 faz parte das comemorações pelos 20 anos do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). São duas categorias, a de pesquisadores associados ao programa e do público interessado, e reúne fotografias de plantas, microrganismos, animais vertebrados ou invertebrados no seu ambiente nativo ou em ambientes alterados pela ação do homem, inclusive áreas urbanas.

Foram selecionadas as 25 melhores imagens de cada categoria para concorrer simultaneamente à escolha do público. Para facilitar o voto das pessoas, cada fotografia tem seu número, ou seja, a imagem do fotografo Daniel De Granville é a nº 09.

Veja como votar na página oficial do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade. O campo para votar está no rodapé da página. O resultado da votação está previsto para ser divulgado no dia 25 deste mês.