CERA DA CARNAÚBA

29 de junho de 2021

A pomada maravilha de mil e uma utilidades.

 

A cera de carnaúba é a verdadeira pomada maravilha. Serve para tudo. Sua extração, ao longo da história, contribuiu e contribui muito para a geração de renda, criação de empregos formais e informais e índices positivos para a exportação. Além de ocupar grande parte da população rural nos vales dos rios Parnaíba (Piauí), Jaguaribe e Acaraú (Ceará) e Apodi (Rio Grande do Norte), o tronco da carnaúba serve como lenha e ripas para construção e a palha para cobertura de casas. Os frutos, colhidos maduros e submetidos à secagem, servem para a extração de óleo comestível e alimentação de gado. Da folha das palmeiras, são extraídos o óleo e fibra para produzir tarrafas, escovas, cordas, chapéus, bolsas, esteiras, medicamentos, vernizes, produtos de beleza e impermeabilizantes para carros. Com uma vantagem fantástica: é um produto natural sem nada de tóxico em sua composição.

 

Neste ano de 2021, até maio, foram exportadas mais de 8 milhões de quilos de cera, num valor acumulado de mais de 49 milhões de dólares

 

 

Da folha das palmeiras de carnaúba são extraídos o óleo e fibra para produzir tarrafas, escovas, cordas, chapéus, bolsas, esteiras, medicamentos, vernizes, produtos de beleza e impermeabilizantes para carros.

 

PRODUTO BRASILEIRÍSSIMO

O cultivo da carnaubeira é natural e a extração das folhas não requer sofisticação. O extrativismo impera na colheita das folhas. Existe uma cadeia de tarefas artesanais que envolve o trabalhador rural e comunidades inteiras no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte dependentes dos produtos extraídos da carnaúba. É uma atividade sustentável e incluída no grupo das fontes renováveis.

O professor e pesquisador Carlos Alberto dos Santos (Ver PONTO DE VISTA) explica que “a cera de carnaúba, só existente no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, aparentemente teve sua primeira aplicação em 1890, quando Charles Sumner Tainter (1854-1940) a usou para preparar a superfície de um cilindro de gravação fonográfica.” Portanto, a “cera maravilha” já nasceu como tecnologia de ponta. E agora mesmo, “Science Daily” publicou que pesquisadores finlandeses desenvolveram um novo impermeabilizante que tem como base a cera de carnaúba.

 

Nanotecnologia aplicada à cera de carnaúba evita desperdício de alimentos. Segundo a Embrapa, o benefício alcançado é que os revestimentos podem ser carregados de nano partículas com ação bactericida e fungicida.

 

COLHEITA PARA EXTRAÇÃO DA CERA

Entre os meses de julho a fevereiro, época da safra, a coleta das folhas verdes das carnaubeiras é feita com destreza pelos nativos da área, que para tanto utilizam uma grande vara, na ponta da qual existe um instrumento cortante.

 

Recolhidas, as folhas são postas para secar ao sol, etapa insubstituível para o desprendimento do pó, que é feito por outro eficiente processo secular, o do batimento das folhas.

A seguir, o pó é cozido e coado em grandes prensas de madeira. Esse processo primitivo é, na maioria das vezes, substituído pela utilização de extratores que fazem uso de solventes.

O resfriamento, então, é feito em tanques rasos, depois do qual o produto é quebrado em pedras de cor amarelo esverdeada ou marrom escura. É a cera bruta, pronta para o beneficiamento.

 

BENEFICIAMENTO DA CERA

No beneficiamento final, a cera é submetida ao derretimento em tachos ou autoclaves. O processo se completa, respectivamente, pela centrifugação, filtração, clareamento e embalagem, o que garante a pureza e a qualidade das variedades oferecidas ao mercado.

 

Beneficiamento da cera retirada da folha da carnaúba.

 

APLICAÇÃO DA CERA DE CARNAÚBA

Vários produtos que utilizavam cera de carnaúba, como os velhos discos da indústria fonográfica, desapareceram, mas a matéria-prima utilizada para fabricá-los continua multiplicando suas utilidades. A cera de carnaúba assumiu lugar de destaque na indústria contemporânea e é pauta garantida para o futuro.

 

 

 

A cera de carnaúba, atualmente, está na composição química de alguns medicamentos, como também é utilizada na fabricação de cosméticos, de embalagens de alimentos, de filmes plásticos e fotográficos.

Está presente nas ceras polidoras de pisos, móveis, couros e carros. As tintas, os produtos de desenho e o papel carbono, também fazem uso da cera de carnaúba, produto exclusivo do Nordeste brasileiro.

Neste ano de 2021, até maio, foram exportadas mais de 8 milhões de quilos de cera, num valor acumulado de mais de 49 milhões de dólares.