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GDF injeta R$ 34,2 milhões na agricultura familiar local

2 de junho de 2021

Em 2020, 4,2 mil produtores participaram de programas e ações de incentivo e reação à crise econômica do coronavírus

ANA LUIZA VINHOTE, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: CHICO NETO

 

É no quintal de sua casa, no Setor de Chácaras P Norte, em Ceilândia, que Fábio Lima, 42 anos, garante o sustento de sua esposa e filha. Assim como milhares de agricultores familiares, ele também foi afetado economicamente pela pandemia do novo coronavírus. Antes da disseminação da covid-19, o produtor entregava sua mercadoria em cinco estabelecimentos. Atualmente, vende seus produtos apenas para um, pois os outros não conseguiram sobreviver à crise.

 

Fábio Lima: “No começo da pandemia foi bem difícil, mas agora estamos conseguindo superar essa situação” | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília 

Fábio é um dos 4,2 mil agricultores familiares que recebem ajuda do Governo do Distrito Federal (GDF) para driblar este momento difícil que assola o mundo. Ele participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que promove a alimentação saudável e incentiva a agricultura familiar. “É o que nos garante ter mais comida na mesa”, conta. “No começo da pandemia foi bem difícil, mas agora estamos conseguindo superar essa situação”.

O governo investiu fortemente em benefícios como o PAA e o Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa). Ao todo, foram R$ 4 milhões em compras de frutas, verduras e legumes, diretamente de pequenos produtores atendidos por esses dois projetos. De um lado, eles conseguiam vender seus alimentos; do outro, as pessoas de baixa renda se alimentavam com as cestas verdes distribuídas pelo GDF.

Este ano, as previsões sinalizam R$ 1,5 milhão para o PAA, R$ 2 milhões para o Papa e R$ 23 milhões para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que no ano passado chegou ao montante de R$ 20,2 milhões.

Atendimento mantido

Mesmo no auge da pandemia, os agricultores familiares continuaram recebendo visitas de instrução de cultivo e comercialização de representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater). Esse foi o caso de Ney Fábio Borges, 44 anos – um dos 5,6 mil produtores atendidos em 2020 –  que produz ovos caipiras no Núcleo Rural Monjolinho, em Ceilândia. “Esses atendimentos são muito importantes”, destaca ele. “Como produtor de pequeno porte, não tenho condições de pagar por essa assistência e veterinários. É um suporte fundamental”.

A Emater também promoveu o curso on-line de Boas Práticas de Fabricação na Agroindústria, que era presencial. Foram mais de 350 participantes. “A gente sabe da dificuldade histórica que é para o pequeno produtor lidar com essas tecnologias, então foi um grande avanço de inclusão”, explica a presidente da Emater, Denise Fonseca. “O curso é essencial para aqueles que trabalham com alimentos, que buscam o registro de formalização de agroindústria ou que precisam fazer reciclagem”.

“A gente sabe da dificuldade histórica que é para o pequeno produtor lidar com essas tecnologias, então foi um grande avanço de inclusão”Denise Fonseca, presidente da Emater

 

Ações

40 milpessoas já foram atendidas pelo programa Cesta Verde

O secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Candido Teles, lembra que a venda dos produtos vindos da agricultura familiar foi prejudicada devido ao fechamento de pequenos mercados e comércio, mas o governo agiu rapidamente para solucionar essa situação.

“De imediato e por determinação do governador Ibaneis Rocha, lançamos a Cesta Verde”, ressalta. “O programa compra as mercadorias dos agricultores e as distribui para famílias em situação de vulnerabilidade social. Já conseguimos atender 40 mil pessoas.”

A Emater criou o site Põe na Cesta, no qual os consumidores compram diretamente dos produtores cadastrados. “Além de diminuir os impactos da pandemia, o site também ajuda os agricultores a acompanhar a nova tendência de comercialização – que vem ganhando cada vez mais espaço on-line”, avalia Denise Fonseca.

 

 

Na área da floricultura, foram feitas campanhas para incentivar o delivery de flores, ajudando na comercialização desses produtos e reduzindo a sensação de isolamento. No âmbito do crédito rural, pelo menos 200 projetos de financiamento rural foram aprovados, totalizando R$ 7,2 milhões liberados para custeio e investimentos.

Já pelo Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR) – linha de crédito da Secretaria de Agricultura (Seagri) –, cerca de 1,5 milhão foram destinados a projetos do setor agropecuário no ano passado. E, para que os produtores continuassem a investir, a Emater fez um acordo com o Banco de Brasília (BRB). Foram 30 projetos aprovados, num total de R$ 1,3 milhão.

“Esses produtores têm sua renda básica vinda diretamente da agricultura”, pontua a presidente da Emater. “Eles colocam a mão na terra, produzem alimentos para a cidade e geram emprego e renda, o que impulsiona a economia do país. Investir em qualquer tipo de cultivo demanda investimento, coisa que o pequeno produtor, sem a ajuda do governo, não tem. Ao investir na agricultura familiar, investimos na alimentação da população.”

Confira, abaixo, os investimentos do GDF na área da agricultura familiar em 2020.

  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): R$ 2 milhões
  • Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa): R$ 2 milhões
  • Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae): R$ 20,2 milhões
  • Crédito rural: R$ 7,2 milhões
  • Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR): R$ 1,5 milhão
  • Linha de crédito do Banco de Brasília (BRB): R$ 1,3 milhão.