DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE 1

Restauração de ecossistemas

1 de junho de 2021

O Dia Mundial do Meio Ambiente de 2021 também marcará o lançamento da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas.

Silvestre Gorgulho

É hora desta geração fazer as pazes com a natureza. Por isso, o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente – 2021 é a Restauração de Ecossistemas. O Paquistão, o anfitrião global para as comemorações, será palco também do lançamento da década das Nações Unidas da restauração de ecossistemas. A restauração de ecossistemas pode assumir várias formas: mais árvores, cidades verdes, jardins florestais, mudança nas dietas ou limpeza de rios e encostas.

 

O QUE É ECOSSISTEMA e BIOMA

Ecossistema é uma coisa, bioma é outra coisa, embora distintos nos seus elementos e abrangência, podem se completar e se sobrepor.

Segundo os biólogos do Ibama, muitas vezes, o termo “bioma” é utilizado como sinônimo de “ecossistema”. Mas há diferença. A classificação de bioma interessa mais o meio físico (a fisionomia da área, principalmente da vegetação) que as interações que nele ocorrem. O perfil do local e a dimensão também importam na classificação: um ecossistema qualquer só será considerado um bioma se suas dimensões forem de grande escala.

Por exemplo, existe o bioma da Mata Atlântica e, dentro dele, ecossistemas como a floresta ombrófila densa, a mata de araucária, os campos de altitude, a restinga e os manguezais.

BIOMA

Os biomas brasileiros são seis: Amazônia, o Pampa, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal.

 

Bioma é definido por um tipo principal de vegetação (embora num mesmo bioma possam existir diversos tipos de vegetação) e também de animais típicos, embora estes não influam tanto na definição.

 

ECOSSISTEMA

 

Ecossistema marinho

O termo foi utilizado pela primeira vez em 1935 pelo ecólogo Arthur George Tansley. Desde então, faz parte do vocabulário da comunidade científica e da sociedade. Ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. Estes componentes interagem através das transferências de energia dos organismos vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente.

Além dos componentes bióticos, o Ecossistema tem componentes abióticos, que são as partes sem vida do ambiente, como o solo, a atmosfera, a luz e a água. Esses fatores são fundamentais para a manutenção da vida, pois garantem a sobrevivência das espécies, atuando, inclusive, no metabolismo dos seres vivos, como é o caso da água.

Segundo a professora Vanessa Sardinha dos Santos o maior ecossistema existente é a própria biosfera, que corresponde a todos os locais do globo onde existe vida. Outro exemplo são as florestas tropicais, que se destacam por sua grande biodiversidade.

Explica ela que ecossistemas podem ocorrer em pequena escala, com em um pequeno aquário autossuficiente que contenha plantas, peixes e algas. Vale destacar ainda que uma única planta de uma floresta pode ser considerada um ecossistema, pois engloba ali vários organismos que interagem com os fatores abióticos.

É importante entender que todos os ecossistemas estão interligados e, portanto, existe a troca de matéria e energia entre eles, independentemente de seu tamanho. Assim sendo, cada ecossistema, mesmo que pequeno, é importante para garantir o equilíbrio do planeta.

O QUE É RESTAURAÇÃO DE ECOSSISTEMAS

 

As causas de degradação são muitas e variadas e podem ter um impacto em diferentes escalas sobretudo nos rios e lagos.

 

A restauração de ecossistemas significa ajudar na recuperação de ecossistemas que foram degradados ou destruídos, bem como conservar os ecossistemas que ainda estão intactos. Ecossistemas mais saudáveis, com maior riqueza na biodiversidade, produzem mais benefícios, como solos mais férteis, maior produtividade nas áreas de madeira e pesca, e maiores estoques de gases de efeito estufa.

A RESTAURAÇÃO

A restauração pode acontecer de muitas maneiras – por meio do plantio ativo, por exemplo, ou da remoção de pressões para que a natureza possa se recuperar por si mesma. Nem sempre é possível – ou desejável – devolver um ecossistema ao seu estado original. Ainda precisamos de terras agrícolas e infraestrutura em espaços que antes eram florestas, por exemplo, e os ecossistemas, assim como as sociedades, precisam se adaptar a um clima em mudança.

Até 2030, a restauração de 350 milhões de hectares de ecossistemas terrestres e aquáticos degradados poderá gerar US$ 9 trilhões em serviços ecossistêmicos. A restauração também poderia remover entre 13 e 26 gigatoneladas de gases de efeito estufa da atmosfera. Os benefícios econômicos de tais intervenções excedem nove vezes o custo do investimento, enquanto a inação é pelo menos três vezes mais cara do que a restauração dos ecossistemas.

 

Qualquer tipo de ecossistema pode ser restaurado, incluindo florestas, savanas, terras agrícolas, cidades, áreas úmidas e oceanos.

 

As iniciativas de restauração podem ser lançadas por qualquer pessoa, desde governos e agências de desenvolvimento até empresas, comunidades e indivíduos. Isso porque as causas de degradação são muitas e variadas e podem ter um impacto em diferentes escalas.

Por exemplo, a degradação pode resultar de políticas prejudiciais, tais como subsídios para a agricultura intensiva ou leis fracas de posse de terra que incentivam o desmatamento. Lagos e litorais podem se tornar poluídos devido à má gestão de resíduos ou a um acidente industrial. As pressões comerciais podem deixar as cidades com muito asfalto e muito poucos espaços verdes.