sustentabilidade

Conscientização é chave para a sustentabilidade em condomínios

13 de julho de 2021

    Incentivar a sustentabilidade em espaços de convivência como condomínios residenciais requer um trabalho de conscientização, além de um debate maduro e informativo. Por ser um assunto que levanta muitas objeções e também múltiplas sugestões, é necessário ter em mente que iniciativas nessa direção exigem esforços para mudar hábitos quando as novas medidas forem colocadas em prática, sendo… Ver artigo

José Roberto Graiche Júnior

 

 

Incentivar a sustentabilidade em espaços de convivência como condomínios residenciais requer um trabalho de conscientização, além de um debate maduro e informativo. Por ser um assunto que levanta muitas objeções e também múltiplas sugestões, é necessário ter em mente que iniciativas nessa direção exigem esforços para mudar hábitos quando as novas medidas forem colocadas em prática, sendo fundamental articular propostas individuais e coletivas para alcançar soluções que de fato façam a diferença.

Um condomínio sustentável está baseado em três frentes que estão diretamente ligadas ao funcionamento e à rotina dos condôminos: uso da água, energia elétrica e coleta seletiva. Gerir os impactos destes três pilares possibilita reduzir gastos, valorizar o empreendimento e melhorar a vida dos moradores, e conta principalmente com ações básicas e efetivas tanto por parte do síndico ou responsável pelo empreendimento, quanto da colaboração dos moradores.

Discutir e estabelecer o uso consciente da água, além de ser uma das medidas mais importantes em termos de custos, impacta diretamente na sustentabilidade de um recurso tão essencial. Em relatório divulgado em 2019, a ONU projetou que três bilhões de pessoas sofrerão com escassez hídrica em 2025. Devemos lembrar que fenômenos naturais como estiagem e crises hídricas são adversidades enfrentadas na nossa realidade.

Diante disso, uma das primeiras soluções pensadas para os condomínios é a reutilização de águas das chuvas. Os prédios mais novos já possuem sistemas para captação e reuso. Para os edifícios mais antigos, a adaptação dessas ferramentas é viável, com instalações de sistemas de reserva e purificação. Fazer essa adaptação gera um gasto inicial, mas a utilização da água para limpeza, rega de plantas e enchimento de piscinas certamente trarão economias futuras. Inclusive, a evaporação pode ser evitada em piscinas com o de uso de mantas térmicas modernas.

Outra medida importante no condomínio é a leitura e monitoramento diário do relógio d’água. Se houver aumento além dos padrões ou um vazamento, poderá ser rapidamente identificado e resolvido, evitando o desperdício. Os condomínios também podem substituir as descargas das áreas comuns pelas novas válvulas que limitam o fluxo hídrico entre três e seis litros.

Os moradores também podem adotar medidas de responsáveis, como não tomar banhos mais longos do que o necessário, fechar a torneira ao escovar os dentes, se barbear ou na hora de lavar a louça, assim como ficar atentos a possíveis vazamentos. Propostas que sejam comuns a todos podem ser feitas ao síndico, em assembleia geral ou comunicado oficial.

Ao lado do uso da água, uma ação sustentável que merece destaque é a redução de consumo da energia elétrica. Soluções sofisticadas como painéis solares e fotovoltaicos têm surgido como oferta para condomínios para a geração de energia e fornecimento de aquecimento para as unidades. O aquecimento a gás, por exemplo, tem muito mais impacto negativo para o meio ambiental. Entretanto, apesar de os painéis estarem mais viáveis economicamente, ainda são caros para alguns condomínios.

Nesse caso, focar na iluminação é uma medida acessível e redutora de custos de energia elétrica. Campanhas internas e de manutenção preventiva são simples e têm retornos positivos e num curto prazo para moradores e condomínio. Também é recomendável que toda área comum tenha sensor de presença, para evitar desperdício. A troca das lâmpadas por opções de LED é viável e econômica, além da durabilidade e melhor iluminação.

O terceiro pilar, mas não menos importante, é o descarte correto do lixo e a coleta seletiva. Para condomínios preocupados com o funcionamento da reciclagem, deve-se ficar atento aos locais de coleta seletiva ou entrar em contato com as prefeituras que dispõem desse serviço. Internamente, os síndicos podem instalar pontos de coleta de lixos eletrônicos e encaminhar às empresas que descartam corretamente, assim como medicamentos, capsulas de café e tampinhas plásticas, que são recolhidos e descartados por diferentes empresas.

Incentivar iniciativas sustentáveis nos condomínios e entre os moradores, mesmo com pequenas premiações como uma cesta de café da manhã, mobilizam adultos e crianças e ajudam a trazer ideias diferentes para a administração do empreendimento, além de ser uma estratégia agradável. Neste período mais recente em que vivemos o isolamento social e um maior tempo de convivência entre as pessoas, certamente trouxe mais reflexão sobre o bem-estar e a saúde. Na vida em condomínio, é possível transformar pensamento em prática, levando em consideração ao mesmo tempo o meio ambiente e a melhor gestão de recursos.

 

Por José Robeto Graiche Júnior, Presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo

Sobre a AABIC

A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) é uma entidade com 42 anos de atuação na formação qualitativa do mercado de administração e locação de imóveis. Conta com 90 empresas associadas, que administram atualmente 16 mil condomínios e mais de 60 mil imóveis locados, onde vivem cerca de 5,1 milhões de pessoas. As associadas da AABIC são responsáveis pelo emprego de 115 mil pessoas no setor, contabilizando os funcionários de operação nas empresas até o contingente de colaboradores contratados para executar as rotinas dos condomínios. Fundada em 1978, a AABIC busca cumprir com excelência e rigor sua principal missão: orientar a administração de bens imóveis e condomínios em suas atividades. Com gestão voltada para o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos serviços de orientação e treinamento, a associação trabalha pela valorização do segmento no mercado imobiliário.