Tumucumaque

Parque Nacional do Tumucumaque (AP) ganha visibilidade com o ecoturismo no pós-pandemia

30 de setembro de 2021

O maior parque nacional do Brasil, localizado no Amapá, é a porta de entrada para turistas que terão transfer em voadeiras, banho de rio e estarão observando tocas de animais terrestres, ninhos de pássaros e insetos autóctones.

 

 

Macapá (AP), Setembro de 2021 – O maior parque nacional do Brasil e uma das maiores áreas de floresta tropical protegidas do mundo, o Parque Montanhas do Tumucumaque, localizado ao noroeste do Amapá, tem ganhado uma promoção cada vez mais evidente para turistas que buscam um contato direto com a natureza e ao ar livre. E o ecoturismo cresce bastante na região. O ecoturismo nada mais é do que um turismo que tem como objetivo preservar a natureza enquanto as pessoas a admiram.

Com uma área de 4 milhões de hectares, o parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e é uma unidade de conservação. Ali o turismo ecológico é uma atividade permitida e desejável para o auxiliar na educação do uso sustentável dos recursos naturais como alternativas de geração de emprego e renda. A atividade turística no parque se dá em dois polos diferentes: o Polo Amapari e o Polo Oiapoque. Para aproveitar o potencial gerado pelo pós-pandêmia, a Amapá Ecocamping, operadora especializada em produtos turísticos na região amazônica, tem vendido muitos pacotes para grupos de turistas brasileiros e estrangeiros..

O pacote oferecido pela empresa é a partir do Rio Amapari. De Macapá até a entrada do Parque, a última cidade chama-se Serra do Navio. São exatamente 220 km (metade do trajeto é com estrada asfaltada). Os muitos buracos do último trecho somados ao estilo rústico das casas à beira do caminho revelam o início de uma experiência por um Brasil amazônico desconhecido para uma grande maioria de brasileiros.

“A aventura inicia-se na comunidade de Vila do Cachaço. A experiência de quem se aventura por ali está em toda a programação, sejam quantos dias forem. O almoço ou jantar ribeirinho permite ao viajante saborear o tempero caseiro e alimentos frescos, além de ser uma oportunidade para conhecer o modo de vida e histórias dos moradores“, observa Victor Hugo Fernandes, proprietário da Amapá Ecocamping.

Durante o tour, a vivência ribeirinha permite uma tarde inteira de atividades desenvolvidas com a comunidade para apresentar o estilo de vida dos locais. As atividades não seguem um itinerário fixo, dando a opção ao turista de escolher algumas experiências como: passeio de canoa ou barco; casa da farinha; casa de cana de açúcar; visita à vila do cachaço; e trilha da cachoeira da Dona Antonia. Não existem muitos hotéis ou pousadas na região, quem opta por desbravar o Tumucumaque conta com a cortesia de famílias que adaptaram suas casas para servir de apoio logístico aos grupos que se aventuram por lá.

O ponto de partida para a jornada é um transfer em voadeiras (embarcações de alumínio) por 80km pelo rio Amapari até o Centro Rústico de Vivência (CRV), base do Parque do Tumucumaque. O que dá em torno de seis horas de viagem. Para aliviar o cansaço do percurso são oferecidas paradas para alimentação, banho de rio e descanso. O CRV é um centro de interpretação da natureza, construído no meio da floresta de acordo com técnicas artesanais rústicas, dotado de estrutura básica de cozinha, banheiros secos e redários.

A Trilha Ecológica da Copaíba é um passeio pelo interior da floresta preservada, que permite o conhecimento da rica diversidade arborícola, habitat natural de aves, mamíferos, répteis, fungos, cipós e várias surpresas do bioma amazônico. As espécies que mais se destacam são: maçaranduba, maparajuba, cupiúba, mandioqueira, louros, acapu, acariquara,  faveiras, abiuranas, tauari e tachi.

Já na Trilha Ecológica do Monitoramento o foco é apreciar o passeio interpretativo pelo interior da mata para observação de tocas de animais terrestres, ninhos de pássaros e insetos autóctones. Durante o trajeto todos ficam parados em pontos estratégicos para ouvir os sons e observar o movimento da fauna, o uso de binóculos é indicado, pois maximiza a capacidade de visualização”, reforça Victor. O parque possui uma fauna que vai desde grandes carnívoros, como a onça-pintada e a suçuarana, até beija-flores multicoloridos, como o beija-flor-brilho-de-fogo. Espécies importantes como o joão-rabudo e o papa-moscas também podem ser encontradas no parque. Entre os primatas podem ser encontrados o macaco-de-cheiro, o macaco-prego, o cuxiú, o paraguaçu, o guariba e o macaco-aranha.

O último dia é dia de desmontar acampamento e retornar a Serra do Navio onde é possível visitar os principais atrativos históricos, culturais e geográficos do município. Um deles é a Lagoa Azul, piscina natural que surgiu do processo exploratório do manganês na região. Testes químicos realizados pelo Instituto de Meio Ambiente do Amapá (IMAP) já constataram que a água não é potável, mas é própria para banho. Com o intuito de oferecer mais segurança, a expedição demanda um conhecimento especializado. Por este motivo, uma apresentação da equipe de apoio é necessária, onde são ressaltados temas referentes à prevenção e instruções em caso de procedimentos de emergência.