Brasil comemora protagonismo nas negociações para criação do mercado global de crédito de carbono
27 de novembro de 2021Ministro do Meio Ambiente anunciou encontro mundial para promover o mercado de crédito de carbono, em fevereiro no Rio de Janeiro
Foto: Zack/MMA
Depois de comemorar o protagonismo nas negociações para a criação de um mercado global de crédito de carbono durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26), o governo brasileiro já prepara um encontro mundial para tratar do tema. Em briefing à imprensa nesta segunda-feira (22), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, falou da preparação do evento que deve ocorrer em fevereiro de 2022, no Rio de Janeiro. “Vamos mostrar ao mundo que o Brasil vai ser o maior exportador de crédito de carbono para países que precisam e não tem, atualmente, capacidade de reduzir suas emissões na velocidade desejada. Parte dessas emissões poderão ser compensadas com o carbono brasileiro”, ressaltou o ministro.
Segundo Joaquim Leite esse mercado deve gerar US$ 50 bilhões em recursos que podem atender, principalmente, países que possuem mata nativa. O ministro explicou que o Brasil deve se beneficiar com cerca de US$ 10 bilhões em créditos de carbono. Recurso que retorna para o meio ambiente com investimentos em projetos de energia renovável, agricultura sustentável e geração de empregos verdes. “O Brasil foi importante no tabuleiro de negociações desse mercado global que beneficiará, principalmente, países ao sul do globo. Países que podem gerar crédito de floresta nativa, para fazer com que o recurso chegue efetivamente em alguém que está fazendo o papel de brigadista, de guarda florestal”, explicou.
Ao reforçar a vitória brasileira, Leite destacou o trabalho do governo, que atuou de forma integrada para buscar um consenso e convencer países de todo o mundo da necessidade de um mercado de crédito de carbono. “Todos nós trabalhamos para levar o Brasil real, podendo mostrar ao mundo um pouco de um país que cuida e protege a natureza”.
O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França e a ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, também comentaram os resultados da participação brasileira na COP26. O embaixador brasileiro destacou o papel do Brasil como articulador de consensos entre os países, o anúncio de compromissos ambiciosos antecipando a meta de zerar o desmatamento até 2028 e a defesa do multilateralismo para enfrentamento das mudanças do clima. “É minha convicção de que o governo brasileiro desempenhou, desempenha e continuará desempenhando papel relevante como ator indispensável para o êxito do Acordo de Paris”, comentou França.
A ministra Tereza Cristina ressaltou que programas de sucesso na agricultura brasileira foram apresentadas na Conferência do Clima. Entre eles, o ABC+ para redução das emissões de metano. A estratégia, que já é realidade no Brasil há 10 anos, deve ser aprimorada para dimensionar os benefícios da redução das emissões de gases do efeito estufa. “Nós tivemos sucesso nas nossas apresentações. O Brasil levou vários temas em que ele já trabalha na agricultura e na pecuária há muito tempo e levou cases de realidades que já acontecem no nosso campo”, explicou a ministra.
Guardiões do Bioma
O ministro do Meio Ambiente voltou a reforçar a ampliação da operação Guardiões do Bioma para combater o crime organizado. “É hora de agir na nossa principal fragilidade que é o desmatamento ilegal”, destacou. A operação, que conseguiu reduzir incêndios florestais no Pantanal, Cerrado e Amazônia, agora vai atuar em áreas mapeadas por sistemas de vigilância por satélite que emitem alertas sobre locais onde ocorrem possíveis derrubadas na floresta amazônica. Ao todo, 700 homens da Força Nacional já atuam de forma permanente em 23 municípios da região Amazônica. Agentes do Ibama e do ICMBio, além da Polícia Federal, participam da ação. “Estamos implementando este novo modelo, que será a base do Guardiões do Bioma e com certeza iremos eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2028”, reforçou.
ASCOM MMA