Doenças

Doenças isquêmicas matam milhares de brasileiros por ano; saiba como tratar

15 de novembro de 2021

Só em 2019, foram 8,9 milhões de óbitos no mundo por problemas cardíacos, o que representa 16% de todas as causas de mortes. Descubra quais os tipos de isquemia e como deve ser o tratamento

 

 

Mais de 1.100 pessoas morrem diariamente no Brasil em razão de doenças cardiovasculares. É o que aponta o Cardiômetro, indicador da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Mas o problema extrapola o território nacional. Só em 2019, ano que antecede o início da pandemia, o número de óbitos no mundo foi de 8,9 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A entidade alerta que a doença cardíaca continua sendo o principal fator de morte a nível mundial, representando 16% do total de óbitos em relação a todas as causas. Na lista das comorbidades relacionadas ao coração, as doenças isquêmicas estão presentes e merecem atenção.

Elas são causadas pelo acúmulo de gordura nas artérias do coração, o que compromete o fluxo sanguíneo, de nutrientes e oxigênio para o corpo humano.

A maior parte das complicações por isquemia cardíaca vem de pessoas com histórico de doenças como diabetes, colesterol alto, obesidade e hipertensão. Além disso, há uma preocupação maior com indivíduos que têm histórico familiar de problemas cardíacos, principalmente entre os progenitores.

Ainda assim, o restante da população não está livre do problema, uma vez que ele pode se manifestar com o avanço da idade ou o sedentarismo.

Diversos estudos apontam o aumento de casos da doença arterial coronariana no País, sobretudo em função da disparidade social e regional observada no Brasil, que resulta acaba prejudicando o acesso à informação sobre o problema e, em algumas regiões, ao tratamento.

Por serem doenças silenciosas, cujos sintomas podem se confundir com problemas menores, a preocupação com as doenças isquêmicas não é muito difundida,situação que dificulta o seu diagnóstico.

Principais sintomas da isquemia cardíaca

Entre os sintomas das doenças isquêmicas, a dor no peito é a mais comum. Mas também existem outras formas de manifestação que devem ser observadas, principalmente quando mais de uma delas são notadas no dia a dia. Aumento nos batimentos cardíacos, fadiga excessiva, suor e até dor nos dentes podem indicar que há um problema relacionado a uma isquemia cardíaca.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, pessoas que se encontram em fases mais avançadas da doença podem sentir queimação, peso ou pressão no peito, além de irradiação para o braço e pescoço. Nesses casos, o recomendado é procurar um médico imediatamente, para realizar o diagnóstico e  iniciar o tratamento.

Outra informação a ser destacada é que existem dois tipos de doenças isquêmicas, a crônica e a aguda. Enquanto a primeira costuma aparecer durante a prática de exercícios ou durante um esforço físico e ir embora com o repouso, a segunda surge em momentos de descanso.

Nesse segundo caso, é importante atentar-se ao tempo que a crise dura: mais de 20 minutos pode indicar um infarto. Mas, independentemente do tipo de incômodo, é importante procurar um especialista para fazer exames e entender o diagnóstico.

Diagnóstico e tratamento

Por se tratar de uma doença silenciosa, geralmente a isquemia cardíaca é descoberta em exames de rotina, o que torna o acompanhamento médico regular muito importante.

Em muitos casos, há brasileiros que vivem com a doença por anos, e só descobrem quando há uma complicação mais grave. Se o histórico familiar apresenta casos de problemas cardíacos, o ideal é que se busque um cardiologista para fazer um acompanhamento mais próximo.

O diagnóstico é realizado por meio da combinação entre a anamnese e a análise de testes mais específicos, como o eletrocardiograma, tomografia, mapeamento do coração, teste ergométrico e o ecocardiograma. Após a identificação da doença, o médico especialista indicará o tratamento mais adequado para cada caso.

Um dos tratamentos mais comuns para doenças isquêmicas é o uso de remédios contínuos. Em casos mais graves, pode ser necessária uma cirurgia de revascularização miocárdica, ou o implante de stent (um balão minúsculo que é inserido na artéria para alargá-la). Em todos os casos, o tratamento deve ser combinado com exercícios físicos e uma alimentação saudável.

Primeiros socorros

Em caso de sintomas de um ataque cardíaco, é fundamental ligar para a emergência e solicitar atendimento o quanto antes. Realizados de forma adequada, os primeiros socorros são imprescindíveis para minimizar os danos do problema.

Conforme explica um artigo da Seguros Unimed sobre doenças isquêmicas, o recomendado nesse caso é deitar o indivíduo em posição confortável, afrouxar roupas e sapatos e fazer uma massagem cardíaca.

No texto publicado no blog da empresa que trabalha com seguro de vida e outros serviços, há uma imagem que ilustra o passo a passo para fazer os primeiros socorros, incluindo a massagem cardíaca.

Perfil das vítimas no Brasil

Apesar de a maior parte das vítimas de doenças isquêmicas do coração serem pessoas com idade avançada, existe um movimento que preocupa muito os médicos: sua incidência é cada vez maior em pessoas jovens. Atualmente, com o aumento do sedentarismo e da obesidade, as complicações cardíacas podem ser percebidas em faixas etárias menores do que em períodos anteriores.

Outro dado curioso vem do artigo Mortalidade por Doença Isquêmica do Coração no Brasil – Disparidades no Nordeste, realizado por Denise da Silva Pinheiro e Paulo Cesar B. Veiga Jardim, ambos da Universidade Federal do Goiás, e publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia.

O estudo mostra que a incidência de morte é muito mais alta na região Nordeste, em especial nos estados do Maranhão e Piauí. De acordo com a publicação, “este resultado salienta claramente a disparidade em relação ao que é observado em regiões mais desenvolvidas no Brasil, como o sul e o sudeste, onde se verifica uma tendência de diminuição desse índice”.