COP26

Governo faz balanço de medidas sobre agro sustentável

9 de novembro de 2021

Mapa e Embrapa destacam alternativas adotadas pelo país para frear emissão de metano pela pecuária

MMA

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Foto: Divulgação/MMA

 

 

Abate precoce, alimentos mais digestíveis e uso de aditivos no alimento do gado estão entre as alternativas do Brasil para reduzir a emissão de metano pela pecuária. Os temas foram debatidos nesta segunda-feira (8) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Embrapa no Pavilhão Brasil na 26ª edição da Cúpula do Clima. Na última semana, durante a COP26, o Brasil aderiu, junto a outras cem nações, ao compromisso global para diminuir em 30% a emissão de metano até 2030.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, disse que o setor pecuário já atua de forma sustentável. “O Brasil mostrou claramente [durante a COP26] que a nossa agricultura, há mais de três décadas, é sustentável. [A agricultura] vem percorrendo um caminho de descarbonização e a tecnologia está no centro de toda essa evolução”, afirmou.

Na lista das medidas que o país já executa para conter a emissão de metano, Moretti destacou a redução de 48 para 36 meses o tempo de abate do gado. O procedimento vem sendo adotado nos últimos dez anos. “Quando o animal fica menos tempo no campo, ele vai produzir menos metano”, explicou.

O gás metano, na pecuária, é liberado na digestão dos animais e no descarte de resíduos sólidos. Para minimizar os efeitos negativos ao meio ambiente, outra solução é o melhoramento genético da pastagem, ou seja, produzir um capim mais digerível no estômago do animal.  O uso de aditivos na alimentação do boi, como tanino e óleos essenciais, extraídos do capim-limão, por exemplo, também ajuda a acelerar a digestão.

A Embrapa destacou ainda a integração entre floresta, lavoura e pecuária para sequestro de gás metano. A técnica é utilizada em 17 milhões de hectares no país, área equivalente a quatro vezes o território a Dinamarca. “[A técnica] permite que o carbono emitido pelos animais possa ser sequestrado tanto pelo componente florestal quanto pela agricultura”, disse Moretti.

O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, lembrou que o manejo de dejetos de animais está previsto no Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, o ABC+. A meta é adotar, até 2030, tecnologias sustentáveis em mais de 72 milhões de hectares de áreas degradadas e a mitigação de 1,1 bilhão de toneladas de carbono.

COP26

O agro foi o principal tema desta segunda-feira nas agendas brasileiras na COP26. Em um dos painéis, os palestrantes falaram sobre a transparência da cadeia produtiva, com informações que vão desde a fazenda onde é plantada e colhida uma determinada fruta e a temperatura em que o produto é mantido até chegar ao supermercado, por exemplo.

Como plataforma de transparência pública sobre a situação territorial brasileira foi citado o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O sistema permite que qualquer pessoa visualize o mapa territorial brasileiro, inclusive dando um zoom em propriedades rurais.

“Com isso, temos uma capacidade única no mundo de monitorar e integrar essas informações. [A ferramenta traz] transparência e um potencial de rastreabilidade”, explicou o diretor de Regularização Ambiental do Serviço Florestal Brasileiro, João Adrien.

Entre outros assuntos, a programação do dia também tratou de energias renováveis no agro. Assista aqui à íntegra de cada painel desta segunda-feira.

ASCOM MMA