FOLHA DO MEIO

Há 32 ANOS

3 de novembro de 2021

1989 – 2021

 

JARDIM BOTÂNICO-RJ ABANDONADO

A mais antiga e uma das mais importantes instituições de pesquisas do País, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, está seriamente ameaçada. O motivo é o de sempre: descaso das autoridades, falta de recursos, invasões e ocupações ilegais. Fundado em 1808, por D. João VI, o JB-RJ têm 174 hectares e vem sofrendo com as invasões. São 537 imóveis ilegais, entre oficinas e residências, algumas até com piscina. O rio dos Macacos, que atravessa o JB, está totalmente poluído pelo esgoto das casas e das oficinas clandestinas. Cartão de visitas do Rio, o Jardim Botânico retrata muito bem como está sendo tratada a questão ecológica no Rio de Janeiro.

Para o ex-Diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Ribeiro de Xavier, “O JB é um patrimônio da Colônia, do Reinado, do Primeiro Império, do Segundo Império e da República, aconteceu de tudo lá. É a verdadeira História do Brasil.”

 

SUGESTÕES DAS ONGS AO PRESIDENTE ELEITO

FERNANDO COLLOR DE MELLO

A criação do Ministério do Meio Ambiente, uma antiga reivindicação dos ecologistas do País, ainda está longe de ser alcançada. Mesmo considerando essa instituição imprescindível para a conservação da flora e fauna, a presidente da Funatura, Maria Tereza Jorge Pádua, diz que a política brasileira, em termos de preservação do meio ambiente, está muito atrasada e sem dúvida deve passar ainda umas duas décadas até uma mudança de mentalidade.

Maria Tereza lembra ao presidente eleito, Fernando Collor de Mello, que o Brasil detém a maior parcela de mata tropical do mundo, cerca de 30%, assim como a maior biodiversidade de espécies de flora e fauna, bacia hidrográfica e zona úmida. Mas, ao mesmo tempo, o País sofre uma degradação ambiental sem limites. Para brecar este processo seria necessário um fortalecimento institucional expressivo. Tereza encara a criação do Ibama como um passo em direção ao surgimento do Ministério do Meio Ambiente, “mas ainda temos que caminhar muito até chegarmos a isto, porque em muitos aspectos o Brasil está aquém da história ecológica do mundo”.

Maria Tereza Jorge Pádua diz que o Ibama tem autonomia e seu surgimento foi responsável por uma mudança de mentalidade, uma vez que incorporou a Sudepe, Sudhevea e IBDF.

 

 

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