LANGSDORFF - UM VIAJANTE COMPULSIVO – Parte 1

LANGSDORFF CONHECE O BRASIL E SE APAIXONA PELA TERRA.

1 de janeiro de 2022

Depois de conhecer por acaso Santa Catarina na viagem de circum-navegação, voltar ao Brasil virou obsessão. E Langsdorff voltou 20 anos depois.

Silvestre Gorgulho

Depois de visitar a aldeia Munduruku, na Comunidade de Bragança, margem do rio Tapajós, próximo a Alter do Chão, em outubro passado, resolvi voltar ao grande viajante aventureiro e médico alemão-russo Georg Heinrich von Langsdorff. Na sua famosa Expedição Langsdorff, em 1826, os índios Mundurukus foram a última tribo contatada pelos participantes da expedição.  A verdade é que as aventuras e o acervo cultural e científico do passado têm a despertar interesse não apenas nas gerações de ontem e de hoje, mas também nas futuras gerações, por meio de pesquisas, documentos, livros e até via redes sociais.  E a obra cultural e científica deixada por Langsdorff contempla uma interação entre o passado, o presente e o futuro. Sua divulgação pode mobilizar novas tecnologias e exigir utilização de outras plataformas visuais, expositivas e debates. Tudo para propor aos interessados avançadas indagações sobre as questões climáticas, sobre o meio ambiente, sobre a economia e, importante, a bioeconomia. A pesquisa e a utilização de novos conhecimentos biológicos e botânicos, com propósitos comerciais e industriais para melhoria do bem-estar humano, estão inseridas no conceito de bioeconomia. O Homem tem que se integrar à natureza em benefício da preservação do Planeta e do mais amplo conhecimento dos recursos naturais.

 

O cacique Domingos Munduruku e suas netas nos espera às margens do rio Tapajós, próximo a um igarapé, na entrada da aldeia. (Fotos: Silvestre Gorgulho)

 

 

 

Na aldeia Munruruku, índios jovens e adultos na paz da grande Floresta.

 

 

LANGSDORFF EM 17 CAPÍTULOS
No ano de 2013, a Folha do Meio mostrou, em 17 capítulos, toda Expedição Langsdorff. A grande aventura fazia parte do plano do Czar Alaxandre I para reavivar as relações comerciais entre o Brasil e a Rússia. A Expedição contou com o apoio do Imperador D. Pedro I e de José Bonifácio que forneceram, em nome do Império, créditos e vantagens alfandegárias. Realizada em duas etapas, a Expedição Langsdorff visava “descobertas científicas, investigações geográficas, estatísticas e o estudo de produtos desconhecidos no comércio”.
A Expedição foi realizada em duas partes. Entre 1821 e 1829. Em nome da ciência, 27 pesquisadores e aventureiros perderam a vida no interior do Brasil. A primeira parte, a Minas Gerais, foi acompanhada por Johann Moritz Rugendas. Toda aventura de Langsdorff e de seus pesquisadores atravessou seis estados brasileiros, somando um total de 17 mil quilômetros. Como comparação, a distância entre Florianópolis-SC a São Petersburgo é bem menor. Em linha reta é de 12.045 quilômetros.

Próxima edição 335: Fevereiro de 2022
SEGUNDA PARTE DA EXPEDIÇÃO
A segunda parte, para o interior do Brasil, foi feita em canoas por 13 grandes rios até Belém do Pará. Começou em São Paulo e teve como ponto de partida Porto Feliz, em 22 de junho de 1826. A aventura começou com 39 participantes e encerrou com apenas 12.