Um ano após ratificação do Protocolo de Nagoia, Governo Federal destaca iniciativas em defesa da biodiversidade brasileira
11 de março de 2022A secretária de Biodiversidade do MMA, Beatriz Milliet, deu entrevista ao programa A Voz do Brasil e listou ações do Ministério do Meio Ambiente na proteção da fauna e flora
Foto: Leonardo Milano | Projeto Arpa
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, na última semana, a secretária de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Beatriz Milliet, destacou a ratificação pelo Brasil, na ONU, do Protocolo de Nagoia sobre Acesso e Repartição de Benefícios da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), assinada pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro. A entrega da carta em março de 2021, há 1 ano, encerrou um processo de debates que se estendia há 10 anos nos Poderes Executivo e Legislativo.
A secretária ressaltou a importância do documento, que garante ao País o reconhecimento e pagamento pelo uso da biodiversidade brasileira em qualquer lugar do mundo. “É um benefício muito grande porque ele traz segurança jurídica para o Brasil. O País virou signatário, assim como outros 130, e isso garante que os países que acessam o nosso patrimônio genético se comprometem a seguir a legislação brasileira no quesito de biodiversidade, ou seja, devem atender a repartição de benefícios e o conhecimento tradicional associado”, ressaltou Beatriz Milliet.
A secretária explicou que atualmente o Brasil possui uma legislação robusta e pioneira sobre o uso do patrimônio genético, que permite a repartição dos lucros no uso da biodiversidade brasileira, voltando esse lucro em benefício da pessoa, do desenvolvimento social, da conservação e da pesquisa. “Isso significa que os benefícios oriundos de um medicamento desenvolvido em outro país a partir da nossa biodiverisidade, sejam repartidos com o Brasil”, disse. Segundo Milliet, a mesma regra resguarda também a riqueza que o País possui em conhecimento tradicional associado de indígenas, ribeirinhos e comunidades locais.
A secretária afirmou ainda que o Protocolo de Nagoia é um importante instrumento para o combate à biopirataria. “É importantíssimo, porque os países que mais sofrem com biopirataria são aqueles que têm biodiversidade riquíssima como a nossa. Se os países se comprometem a seguir a legislação de origem é um passo fundamental para que a gente consiga coibir esse crime e proteger a nossa biodiversidade”, concluiu.
Preservação e conservação da biodiversidade
Ainda na entrevista, a secretária de Biodiversidade do MMA ressaltou as políticas da pasta para preservar e conservar as mais de 116 mil espécies de fauna e mais de 46 mil espécies de flora que existem no Brasil. De acordo com Milliet, o país reúne 20% de toda biodiversidade do mundo.
Beatriz Milliet citou uma série de ações integradas no Ministério do Meio Ambiente que apoiam a conservação de espécies, como a política de Pagamentos por Serviços Ambientais. “Porque quando a gente reconhece o serviço ambiental, a pessoa que está ali cuidando do meio ambiente é essencial. Além disso, toda a parte de combate a crimes ambientais junto ao Ministério da Justiça também é importantíssimo. Então, existe todo um conjunto de atitudes que estão sendo tomadas para preservar e manter nossa biodiversidade muito rica e nos mantermos campeões nesse quesito”, explicou a secretária.
Os planos de ação nacional para conservação também são instrumentos importantes para acompanhar de perto a situação e as políticas de recuperação de espécies ameaçadas, além do aparecimento de espécies invasoras que colocam em risco a biodiversidade brasileira. “É um grande plano guarda-chuva com pequenos planos voltados para peixes e vários tipos de animais”, explicou Beatriz Milliet. A secretária falou ainda da publicação de uma portaria em dezembro de 2021 que estimula o plantio de espécies da vegetação nativa que estão em risco. “Eu sempre falo que o meu sonho é um dia conseguirmos chegar em uma lista zero de fauna e flora em risco de ameaça. É muito importante incentivar que plantem nossas espécies e cuidem dos animais nativos, para que possamos ter cada vez mais abundância em nossa biodiversidade”, finalizou.
ASCOM MMA