Licenciamento do Ibama reduz a quase zero supressão de vegetação para implantação de Linha de Transmissão no sul do país
6 de junho de 2022Com a atuação do Instituto, a região – que faz parte da Mata Atlântica, teve apenas duas árvores nativas cortadas
– Foto: Codut/Dilic/Ibama
Brasília (02/06/2022) – O licenciamento ambiental executado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi responsável por reduzir a praticamente zero a supressão de vegetação necessária à instalação da Linha de Transmissão (LT) 230kv Torres 2 – Forquilinha. A LT, que possui 69 km de extensão, está situada no bioma Mata Atlântica, entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e contribui diretamente para o fornecimento de energia elétrica no litoral norte gaúcho.
O empreendimento foi licenciado por meio de processo simplificado. Nele, o relatório ambiental para instalação da LT previa a supressão de 3,56 hectares de vegetação nativa, dos quais 2,37 hectares seriam de áreas de preservação permanente (APP). No entanto, em toda a fase de instalação, apenas duas árvores foram cortadas.
Desde o início do licenciamento pensou-se em minimizar as sequelas causadas pelo desmatamento naquela região. O Termo de Referência (TR) emitido pelo Instituto teve a intenção de orientar os estudos de impacto ambiental, focando na proposição de alternativas locacionais para a LT. Foram discutidas exaustivamente as possibilidades de adoção de variantes, desvios e ajustes de traçado. Outro ponto debatido foi a substituição dos tipos de estrutura das torres: de estaiadas, passaram a ser autoportantes.
As torres estaiadas são estruturas que precisam de vários pontos de contato com o solo: uma fundação no centro da torre e várias outras para fixação dos cabos de sustentação, por isso exigem grande disponibilidade de terreno para sua instalação. Enquanto que as autoportantes necessitam de menos pontos de fundação – apenas dois na base da torre, e menor espaço para manutenção, sendo, então, melhores ecologicamente.
Também foi realizado o alteamento das torres para evitar o corte de fragmentos florestais de altura superior ao dossel médio. Como alternativa tecnológica, parte do lançamento dos cabos foi realizada com auxílio de drones eliminando supressão de vegetação para a abertura da faixa de serviço.
Além disso, a empresa responsável pelo empreendimento executará o plantio de 16.457 mudas de espécies nativas em Unidades de Conservação (UC) catarinenses como medidas compensatórias pelos impactos previstos sobre a fauna. O Parque Estadual Serra Furada e o Parque Nacional de São Joaquim serão as UC’s beneficiadas.
A LT já está em funcionamento com a Licença de Operação nº 1639/2022, que condiciona a operação à recuperação de áreas degradadas e monitoramento da avifauna, conforme especificado no documento: SEI nº 02001.000467/2017-21. Tratam-se de documentos públicos, bem como seus estudos ambientais.
Assessoria de Comunicação Social do Ibama
Fotos: Codut/Dilic/Ibama