Folha do Meio Ambiente

Uma comitiva do Ministério do Meio Ambiente (MMA) participou nesta semana da IFAT, a maior feira mundial de negócios para gestão de água, esgoto, resíduos e matérias-primas, realizada em Munique, na Alemanha.

Estiveram presentes o ministro Joaquim Leite, o secretário de Clima e Relações Internacionais, Marcus Paranaguá, e o secretário de Qualidade Ambiental, André França. Eles conheceram tecnologias inovadoras na gestão da água e resíduos sólidos e apresentaram as iniciativas ambientais brasileiras, como a criação do mercado regulado brasileiro de carbono e outras iniciativas pioneiras para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Na feira, o ministro foi convidado a participar de um painel sobre o Acordo de Metano promovido pela Associação Internacional de Resíduos Sólidos. Joaquim Leite falou do programa Metano Zero, que fomenta a produção do biogás e do biometano a partir de resíduos orgânicos, principalmente da suinicultura, avicultura e do setor de cana-de-açúcar. As medidas, que incluem financiamento a juros reduzidos e fim de impostos federais para a aquisição e instalação de usinas de biogás e biometano, deverão reduzir o custo do combustível usado nas propriedades rurais e contribuirão para que o Brasil diminua em 30% as emissões de metano. Na ocasião, ele falou ainda do certificado de crédito de reciclagem – Recicla+, lançado pelo governo para gerar incentivos privados ao setor da reciclagem, com proteção ao meio ambiente e geração de emprego e renda.

Joaquim Leite também conversou com autoridades de outros países, como ministra do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Steffi Lemke, a ministra de Sustentabilidade e Meio Ambiente de Cingapura, Amy Khor, e o ministro de Estado do Meio Ambiente e Proteção ao Consumidor da Baviera, Thorsten Glauber.

“É bastante interessante ver tecnologias inovadoras, como a separação robótica do lixo e a biometanização, que é a metanização biológica, algo bastante moderno. São tecnologias que nós queremos levar para o Brasil. O Brasil procura soluções climáticas lucrativas e quer ser uma referência na América Latina”, ressaltou o ministro.

Com o responsável pela realização da IFAT, Stefan Rummel, o ministro Joaquim Leite iniciou tratativas para trazer essa feira para o Brasil. “Ele se mostrou bastante interessado em levar essa feira para o Brasil”, ressaltou.

A IFAT começou no dia 30 de maio e vai até 3 de junho no Centro de feiras comerciais Messe München, em Munique. São cerca de 3,3 mil expositores de 58 países e quase 150 mil visitantes de 162 países.

Além do evento em Munique, a IFAT também organiza feiras individuais na China, Índia, África do Sul e Turquia como parte de uma rede global para tomadores de decisão em empresas que operam no setor de tecnologia ambiental.

Estocolmo +50
Da Alemanha, a comitiva do MMA segue para Estocolmo, na Suécia, onde participa do encontro internacional Estocolmo +50, realizado pelo Governo suéco, com o apoio do Governo do Quênia, nos dias 2 e 3 de junho. O evento, durante a semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemora os 50 anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano e serve como uma contribuição para acelerar a ação em prol de uma sociedade mais sustentável.

O encontro internacional “Estocolmo+50: um planeta saudável para a prosperidade de todos e todas – nossa responsabilidade, nossa oportunidade” segue uma resolução da Assembleia Geral da ONU. Em três diálogos de lideranças, a reunião refletirá sobre a necessidade urgente de ações para um planeta saudável e da prosperidade de todos, alcançando uma recuperação sustentável e inclusiva pós pandemia da Covid-19, e acelerando a implementação da dimensão ambiental do Desenvolvimento Sustentável no contexto da Década de Ação.

A Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano foi feita em 1972 em Estocolmo, resultando no que muitas vezes é visto como o primeiro passo para o desenvolvimento do direito ambiental internacional, reconhecendo a importância de um meio ambiente saudável para as pessoas, e criando o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).