Sudoeste tem a primeira composteira pública urbana de Brasília
15 de junho de 2022Equipamento feito pela SLU em parceria com administração regional vai transformar resíduos orgânicos em adubo para horta comunitária do parque da região
“Isso dará a eles a chance de sair da condição de grandes geradores de lixo e, ao descartarem menos, poderem deixar de pagar taxa extra pela coleta”Silvio Vieira, diretor-presidente do SLU
O Sudoeste é a primeira região administrativa de Brasília a ter uma composteira pública urbana. Construído pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da administração regional e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o equipamento vai transformar resíduos orgânicos em adubo e atender a produção da horta comunitária localizada na lateral do Parque Bosque do Sudoeste.
A composteira segue modelo construído no mês passado na Usina de Tratamento Mecânico Biológico do SLU no P Sul, em Ceilândia. No primeiro trimestre deste ano, o espaço foi responsável por produzir e doar a pequenos e médios produtores rurais cerca de 832 toneladas mensais de resíduos orgânicos de outras origens.
A proposta da composteira do Sudoeste é que, além da comunidade, restaurantes parceiros da região abasteçam a estrutura com resíduos orgânicos – como restos de alimentos não cozidos, casca de ovos e frutas, borra de café, saquinhos de chá.
Os resíduos orgânicos são responsáveis pela produção de 50% do lixo recolhido no DF. O governo tem investido na expansão da coleta seletiva e estimulando a produção de composteiras em condomínios residenciais
“Isso dará a eles a chance de sair da condição de grandes geradores de lixo [quem produz 120 litros por dia] e, ao descartarem menos, poderem deixar de pagar taxa extra pela coleta”, ressaltou o diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira.
Os resíduos orgânicos são responsáveis pela produção de 50% do lixo recolhido no DF. O governo tem investido na expansão da coleta seletiva – que gera renda para os catadores e já abrange quase 100% da área urbana –, estimulando a produção de composteiras em condomínios residenciais.
Além de ensinar como fazer a coleta (veja aqui)
Ao custo aproximado de R$ 4 mil, a estrutura é própria para depósito e compostagem de materiais orgânicos que, em vez de serem descartados na natureza, são transformados em húmus. O adubo do solo com esse material rico em matéria orgânica deixa a terra mais porosa, mantendo a água à disposição das plantas por mais tempo.
Ao lado da composteira foi construída uma caixa para descarga do biofertilizante, líquido que, diferentemente do chorume, que não tem contato com o oxigênio e é poluente, é ainda mais rico em componentes orgânicos para adubação.
“Já recebemos apoio do governo por meio da Emater, com ferramentas, e estávamos batalhando por adubo. Agora, com a composteira, nem vamos mais precisar”Ykuio Nakamura, moradora do Sudoeste
O administrador regional do Sudoeste, Júnior Vieira, garante que a proposta é seguir a orientação do governador Ibaneis Rocha de atender a população no que for preciso. “E a construção da composteira para a nossa horta comunitária, que produz alimentos, ervas medicinais e agora adubo, vai de encontro a isso”, ressalta.
As moradoras Ykuio Nakamura, 78 anos, e Anelise Pulschen, 59, são duas das responsáveis pelo cultivo de hortaliças, frutas e plantas medicinais na horta comunitária do Bosque do Sudoeste. Até então fazendo a compostagem de orgânicos em menor escala por meio de um minhocário, elas agora se sentem animadas com o novo equipamento.
“Já recebemos apoio do governo por meio da Emater, com ferramenta,s e estávamos batalhando por adubo. Agora, com a composteira, nem vamos mais precisar”, comemora Ykuio.