Senado

Comissão ouve na quinta Beatriz Matos, mulher do indigenista Bruno Pereira

14 de julho de 2022

Bruno Pereira e Dom Philips foram mortos no dia 5 de junho

Agência Senado

 

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips que foram mortos na Amazônia. Reprodução

 

Beatriz Matos, mulher do indigenista Bruno Pereira, assassinado no Vale do Javari (AM) ao lado do jornalista britânico Dom Phillips, em 5 de junho, deverá ser ouvida nesta quinta-feira (14), às 10h, em audiência pública da Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte. Será a quarta reunião do colegiado.

A audiência pública interativa tem a finalidade de obter informações sobre a crescente criminalidade na região do Vale do Javari e sobre a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai). Para isso, os integrantes vão ouvir as famílias das vítimas e fiscalizar as ações do governo em relação aos casos.

O líder indígena e ex-coordenador da União dos Povos Indígenas do Vala do Javari (Univaja) Jader Marubo também deverá ser ouvido pelo colegiado. A comissão é presidida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que fez o convite a Marubo.

“Desde o início do governo Bolsonaro foram denunciados o desmantelamento do aparelho estatal de repressão à criminalidade ambiental, de proteção às minorias, bem como os ataques incessantes contra a imprensa, contexto que está intimamente relacionado com o caso de Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips”, afirma Randolfe, na justificação do requerimento de instalação da comissão.

Na última reunião, os senadores aprovaram o relatório sobre a diligência realizada em Atalaia do Norte (AM) e Tabatinga (AM) por integrantes da comissão, em 30 de junho. No texto, do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o colegiado pediu à Justiça Federal e ao Ministério Público a federalização das investigações.

Randolfe afirmou que os senadores constataram o abandono do Vale do Javari pelo Estado brasileiro. Uma situação traduz, segundo ele, uma política deliberada do atual governo de desmonte das estruturas de fiscalização na Amazônia.

— Ficamos particularmente impressionados com as ameaças que existem aos povos indígenas isolados e aos povos indígenas como um todo. O Estado, por opção, deixou de existir no Vale do Javari. Não existe Ibama, os indigenistas são ameaçados, o contingente da Polícia Federal é pequeno. A Amazônia foi liberada para todos os tipos de crimes, foi entregue a criminosos — lamentou Randolfe.

Por Mateus Souza, sob supervisão de Sheyla Assunção

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado