FOLHA DO MEIO

HÁ 33 ANOS

1 de julho de 2022

Junho de 1989 – Julho de 2022

 

Fernando Collor de Mello foi eleito presidente da República em 1989 e tomou posse em 15 de março de 1990. Em entrevista à Folha do Meio, a presidente da FUNATURA, Maria Tereza Jorge Pádua, sugere ao presidente eleito a criação do Ministério do Meio Ambiente.

A criação do Ministério do Meio Ambiente, uma antiga reivindicação dos ecologistas do País, não está longe de ser alcançada. Mesmo considerando essa instituição imprescindível para a conservação da flora e fauna, a presidente da Funatura, Maria Tereza Jorge Pádua, diz que a política brasileira, em termos de preservação do meio ambiente, está muito atrasada e sem dúvida devem passar ainda umas duas décadas até uma mudança de mentalidade.

Maria Tereza lembra que o Brasil detém a maior parcela de mata tropical do mundo, cerca de 30%, assim como a maior biodiversidade de espécies de flora e fauna, bacia hidrográfica e zona úmida. Mas, ao mesmo tempo, o País sofre uma degradação ambiental sem limites.

Para brecar este processo seria necessário um fortalecimento institucional expressivo. Tereza encara a criação do Ibama como um passo em direção ao surgimento do Ministério do Meio Ambiente, “mas ainda temos que caminhar muito até chegarmos a isto, porque em muitos aspectos o Brasil está aquém da história ecológica do mundo”.

Ela diz que o Ibama tem autonomia e seu surgimento foi responsável por uma mudança de mentalidade, uma vez que incorporou a Sudepe, Sudhevea e IBDF.

TRIBUTO À MARIA TEREZA JORGE PÁDUA

 

Maria Tereza de Jorge Pádua toma posse, em 24 de março de 1992, como presidente do Ibama.

 

 

 

Ao longo de sua vida profissional, Maria Tereza Jorge Pádua teve papel fundamental na criação de mais de 15 parques nacionais e Unidades de Conservação, áreas designadas pelo governo como locais de proteção da fauna e flora e preservação da biodiversidade brasileira. Entre os mais de 9 milhões de hectares protegidos estão, por exemplo, a Chapada Diamantina, a ilha de Fernando de Noronha, o Pico da Neblina e a Serra da Capivara.

A agrônoma e conservacionista paulista Maria Tereza Jorge Pádua recebeu um importantíssimo reconhecimento internacional pelas mais de cinco décadas de trabalho dedicado à preservação da natureza no Brasil.

A paixão pelo meio ambiente Maria Tereza herdou do pai, através dos livros dados por ele e as noites ao ar livre no sítio da família, situado em uma área de Mata Atlântica. Aos 23 anos, formou-se em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais (eram apenas duas mulheres na turma e quatro na universidade toda). “Éramos chamados de loucos e poetas”,

Maria Tereza começou a trabalhar em 1968 para o antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).

Maria Tereza Pádua é engenheira agrônoma e um dos nomes mais importantes quando o assunto é meio ambiente no Brasil. Foi ela quem fundou a ONG Funatura, uma das primeiras ONGs ambientais do Brasil.

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