Brasília

Cartão postal de Brasília, os ipês amarelos começam a florir

8 de agosto de 2022

O ipê-amarelo começa a florir para embelezar ainda mais a cidade e encantar os amantes da natureza. Moradores já buscam a árvore para fotografar

Eduardo Fernandes* CB

Ipês-Amarelos colorem o Distrito Federal - CicloVivo

Luma Poletti Dutra/Flickr

Vibrante, radiante e um refúgio, o ipê-amarelo é um cartão postal de Brasília. A espécie é apreciada pelos brasilienses e visitantes, que registram sua perfeição em fotos, fazem selfies em frente a árvore e aproveitam para aquele descanso sob a sombra dele. O amarelo da florada começa, de maneira sutil, a incorporar-se à beleza da cidade no mês de agosto.

Pensando nesse afeto, Daiane Borges, 37, e Wendel Sousa, 43, não resistiram à exuberância do ipê-amarelo, que encontraram enquanto caminhavam na QI 11, próximo à administração do Lago Sul. O casal é apaixonado pela cor e cultiva quatro mudas da árvore em casa, no Jardim Botânico. “Meu marido conseguiu as sementes no estacionamento da feira de São Sebastião e eu plantei”, conta a amante da natureza, especialmente dos ipês.

Wendel não fica atrás quando o assunto é o sentimento pela árvore. O analista de sistemas descreve um “ipê incrível”, que tem ao lado do trabalho, na Entrequadra 515 Norte. O amarelo no local é tão marcante que é alvo de registros e concursos de fotografia todos os anos. “Nessa vida corrida entre emprego e os desafios cotidianos, poder enxergar uma arte a céu aberto é um privilégio. É uma beleza que não tem preço”, destaca.

Com a mesma percepção, Marluce Xavier, 52, trabalha no Espaço Israel Pinheiro há uma década. Ao lado, um ipê-amarelo começa a retomar seu charme e a colorir a rotina da auxiliar de serviços gerais. Ela também costuma registrar a paisagem em fotos nesta época, porque a espécie é a sua preferida. “Eu acho muito bonito. Quando as copas enchem, fica lindo demais”, observa a moradora do Paranoá, que gosta de acompanhar o processo de maturação das flores.

Amor de infância

A estudante de publicidade Giovanna Paulino Monteiro, 21, cresceu admirando o ipê-amarelo em frente a sua casa, na região do Gama. Durante dez anos, quando a floração surgia, a felicidade aumentava. Isso fez com o que carinho pela espécie fosse diferente do sentimento por outras árvores. Ela recorda que, de uma forma ou de outra, a cor vibrante fez parte da infância. É uma marca feita pelo tempo em seu coração, algo que jamais vai esquecer.

“Desde criança eu chamava os ipês de árvores amarelinhas e ficava encantada em como era possível algo tão perfeito”, relembra Giovanna. A árvore acabou morrendo. Mesmo assim, ela é grata, porque o o período foi suficiente para que desenvolvesse afeto pela natureza e apreciasse as pequenas bênçãos que podem passar despercebidas na rotina apressada. “Ver uma árvore tão linda quanto essa melhora o dia”, diz a estudante.

Floração

Falta pouco para que as árvores sejam tomadas pelo tom amarelo. Os frutos já começam a surgir. A engenheira agrônoma Carmen Regina explica que o auge da espécie deve aparecer em, no máximo, 10 dias. “Varia de planta para planta. A floração dura até 15 dias em cada uma. Como temos muitas árvores plantadas, vamos ficar um bom tempo tendo flores”, esclarece.

Em relação aos frutos, a especialista reforça que eles aparecem logo após a floração. A dispersão das sementes dos ipês ocorre pelo vento. A germinação da árvore pode durar uma semana, se as sementes forem novas. Caso sejam um pouco mais velhas, o ciclo pode demorar mais.

Beleza na capital

Existem mais de 600 mil pés de ipês das cinco cores plantados no Distrito Federal, de acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), responsável por cuidar das árvores. No Plano Piloto, local de maior concentração, por exemplo, são mais de 25 mil exemplares.

O órgão também é o encarregado do plantio da árvore nas áreas verdes das quadras e ao longo das vias, como a W3, o Eixo Monumental e a L4. A maior quantidade está nos Eixos Norte/Sul.

No Distrito Federal, existem ipês-roxos, amarelos, rosas, brancos e verdes. As cores obedecem a uma ordem de floração em cada época do ano. É uma árvore que necessita de pouca irrigação e se adapta ao clima seco da capital federal.

 

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