DF

DF tem 38 casos confirmados de varíola dos macacos

6 de agosto de 2022

Outros 97 pacientes estão com suspeita da doença. Regiões com maior número de ocorrências são Plano Piloto, Guará e Águas Claras.

Por Walder Galvão, g1 DF

Imagem de pessoa infectada pela varíola dos macacos — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

 

A Secretaria de Saúde confirmou, nesta segunda-feira (1°), o primeiro diagnóstico de varíola dos macacos em uma mulher no Distrito Federal. Na semana passada, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus chegou a aconselhar ao público “reduzir o número de parceiros” ao lembrar que 98% dos casos da doença haviam sido detectados entre homens que fazem sexo com outros homens.

De acordo com a Saúde, o número de infectados pela “monkeypox” subiu para 38 em Brasília. O levantamento mostra ainda que há 97 casos suspeitos e outros 12 foram descartados. As regiões com maior número de ocorrências são o Plano Piloto, o Guará e Águas Claras.

A transmissão comunitária também foi confirmada no DF. Ou seja, não é possível rastrear a origem da infecção e o vírus já circula entre as pessoas, independentemente de viagem para o exterior.

Comitê

Na sexta-feira (29), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal criou o Comitê Operacional de Emergências (COE) Monkeypox. A medida reúne um grupo específico de servidores para atuar no combate à varíola dos macacos.

Atualmente, o diagnóstico da varíola dos macacos era mais demorado, porque as amostras são enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. No entanto, segundo a SES-DF, nesta segunda-feira (1º), os diagnósticos começaram a ser feitos no Laboratório Central (Lacen-DF).

De acordo com a pasta, o laboratório será o primeiro do país, além do Adolfo Lutz, a iniciar essa testagem.

Primeira morte no Brasil

Ainda na sexta, o Ministério da Saúde confirmou a primeira porte por varíola dos macacos no Brasil. O paciente, um homem de 41 anos com graves problemas de imunidade, estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e morreu na quinta-feira (28).

Nos últimos tempos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da varíola dos macacos foi de cerca de 3% a 6%. Para a varíola humana, esse percentual chegava a 30%.

A doença ainda não tem uma vacina específica, mas três vacinas já existentes contra a varíola humana podem ser usadas para proteger contra a varíola dos macacos. Alguns países já estão aplicando uma delas, mas ainda não há previsão de chegada no Brasil.

O que é a varíola dos macacos?
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada. Os sintomas iniciais mais comuns são:

Febre
Dor de cabeça
Dores musculares
Dor nas costas
Gânglios (linfonodos) inchados
Calafrios
Exaustão
A transmissão pode ocorrer pelas seguintes formas:

Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
Da mãe para o feto através da placenta;
Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.