Seca: Brasília chega a 100 dias sem chuva nesta segunda-feira
16 de agosto de 2022As chuvas que aconteceram na semana passada não foram o suficiente para tirar Brasília do período de seca. Previsão é de que uma massa de ar frio chega ao DF na quinta-feira (18/8)
Agosto têm marcado as menores taxas de umidade no ar, chegando a 13%, este ano. Em 2021, o índice ficou, neste época, em 11% – (crédito: Ed Alves/CB)
O Distrito Federal completa 100 dias de seca. Devido ao baixo volume de chuvas que aconteceram na última semana, meteorologistas destacam que Brasília não saiu do período de estiagem. Nesta segunda-feira (15/8), a temperatura máxima deve chegar a 29°C, com mínima de 13°. A umidade relativa do ar vai variar entre 20% e 70%. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o clima na capital se manterá nessas condições até quinta-feira.
A situação parecia estar se resolvendo na semana passada, quando foram registradas chuvas em locais isolados do DF. Porém, de acordo com Cleber Souza, meteorologista do Inmet, as precipitações não dão fim à seca. “Consideramos chuvas volumes a partir dos 10mm. No caso da semana passada, foram chuviscos, não chegaram nem a 1mm”, explica. Brasília já chegou a ter 164 dias de seca em 1963. Mais recentemente, em 2021, a umidade atingiu os níveis mais baixos observados nesta época do ano, com 11%. Em 2022, a menor, até então, foi de 13% neste mês.
Uma frente fria continental de origem polar vinda da Argentina se aproxima da região Centro-Oeste e deve gerar mudanças na situação climática a partir de quinta-feira, de acordo com a previsão do Inmet. Segundo Cleber Sousa,o fenômeno vai diminuir a temperatura e aumentar a nebulosidade, possibilitando as precipitações. “Pode vir chuva, sim, basta saber se ela não perderá força até chegar ao DF”, pondera o meteorologista.
Incêndios
Além dos problemas de saúde que podem ser associados ao clima seco, como o surgimento de doenças respiratórias, as baixas taxas de umidade do ar junto das altas temperaturas afeta o meio ambiente. “Com essa massa de ar seco e a vegetação ressecada como está, qualquer faísca pode fazer pegar fogo, causar um incêndio sério”, alerta Cleber.
No cerrado, bioma em que o DF está, as chamas atingiram níveis recordes. Até agosto, foram registrados 20.095 pontos de incêndios, número superior ao que foi identificado na Amazônia (16.874) e na Mata Atlântica (4.684) de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A destruição do cerrado representa 45% das queimadas do Brasil. Caso focos de fogo sejam identificados, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado por meio do número 193.