Folha do Meio Ambiente

Nos dias 17 e 18 de setembro será celebrado o quinto ano do Dia Mundial da Limpeza, um dos maiores movimentos cívicos do mundo, que reúne cerca de 190 países. Para celebrar, a Fundação do Asseio e Conservação Serviços Especializados e Facilites (FACOP), que oferece cursos profissionalizantes para os profissionais de limpeza e facilities, irá realizar atividades de conscientização com seus alunos no dia 17.

O objetivo é estimular boas práticas para um planeta mais limpo por meio do aprendizado sobre utilização de produtos de limpeza, equipamentos profissionais menos impactantes e mais ecoeficientes, além da coleta e descarte correto de resíduos. Durante a atividade, um ator irá encenar de maneira lúdica cenas comuns nos processos de limpeza.

No que tange ao descarte, a gerente de Sustentabilidade da FACOP, Priscilla Arruda, chama a atenção para um dado alarmante sobre o consumo: a pandemia de Covid-19 desencadeou um aumento em massa do uso de produtos de limpeza para higienização. Segundo dados fornecidos pela Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla), em 2020, houve um aumento de produção de cerca de 11,31% de água sanitária e de 25,9% de detergentes.

Assim, as práticas de limpeza trazidas pela pandemia podem ter um custo alto ao meio ambiente, pois o manejo e descarte incorretos podem contaminar o solo e recursos hídricos da cidade. No ambiente de trabalho, a situação não é diferente. Com o retorno presencial das equipes e com a manutenção do alto controle de higienização, ter uma equipe capacitada para realizar substituições sustentáveis para uma limpeza mais verde pode ser o segredo para contribuir com a saúde do nosso planeta.

Confira algumas dicas:

• Faça um levantamento de como é realizada a higienização da sua empresa;
• Verifique alternativas para o uso racional de água, como a coleta de água da chuva;
• Identifique pontos de melhoria nos processos e realize substituições de produtos convencionais por produtos “verdes”;
• Para saber como comprar, os produtos “ecológicos” possuem um selo: o Rótulo Ecológico Europeu, criado em 1992 e utilizado no mundo inteiro, que identifica produtos que causam um impacto ambiental menor;
• Utilize produtos de limpeza concentrados – assim você gasta menos produto e evita o retrabalho. Além disso, você pode verificar se é viável a troca de alguns produtos utilizados em uma tarefa por apenas um;
• Utilize materiais de limpeza produzidos com plástico reciclável;
• Recicle materiais e uniformes que serão inutilizados.

Priscila explica que a FACOP encontrou na reciclagem uma solução para as empresas do setor. Em parceria com a Empresa Maxitex criaram um programa para otimizar a vida útil dos uniformes em vez de descartá-los.

O projeto de reciclagem têxtil Ecosolutions, que conta com o apoio da Abralimp, Spartan e Tuffan, recicla uniformes que seriam inutilizados e os transformam em fios que servem de matéria-prima para a produção de esfregões de piso Mox. “A produção de Mox de maneira ecológica utilizando como matéria-prima o descarte dos uniformes incrementa uma parte importante da economia circular e ainda impacta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) 12 (Consumo e Produção Sustentáveis) e 17 (Parcerias e Meios de Implementação)”, relata.

Segundo a gerente, para uma empresa ser realmente sustentável é necessário observar todos os indicadores ESG. “Isso significa cuidar do meio ambiente por meio da utilização de produtos verdes, do reaproveitamento de água etc., manter a sustentabilidade financeira com a otimização de processos e investimentos e, principalmente, priorizar o Social, com um olhar cuidadoso para as pessoas do setor de limpeza”.