LAJEDO DO PAI MATEUS
1 de dezembro de 2022Formação rochosa única nas Américas, o local é místico e cheio de energia.
Quem chega a Cabaceiras se surpreende com a beleza da região, com o cenário e com a tranquilidade de sua gente. Fundada em 1735, Cabaceiras é uma pequena cidade com mais ou menos seis mil habitantes, que impressiona pela limpeza de suas poucas ruas. As casas, pintadas com cores alegres, preservam a arquitetura do século passado nos fazendo voltar no tempo. Em Cabaceiras tudo transpira cinema, turismo e cultura. Cabaceiras investe no turismo cinematográfico. Outra atração é o Lajedo do Pai Mateus, um sítio arqueológico situado não longe da cidade, apenas dois quilômetros, onde se encontram belas e raras formações rochosas. Tem atraído brasileiros e turistas de vários países.
Beleza e misticismo: Pai Mateus foi um ermitão curandeiro que viveu no Lajedo solitariamente nos meados do século XVIII. (foto: Carla Belke)
Cabaceiras, a pitoresca cidade que já foi palco de mais de 50 produções, devido às condições meteorológicas favoráveis, tem um céu com poucas nuvens o ano todo e quase nunca chove. A paisagem é belíssima. Em cada cantinho da cidade, pode-se fazer uma referência a cenas de filmes. A cidade é um verdadeiro set de gravação, seus moradores já fizeram ‘pontas’ em diversos filmes. Além disso, durante todo o ano, a cidade se prepara para o festival de caprinos e ovinos da Paraíba, tradicionalmente conhecida como Festa do Bode Rei. A festa movimenta toda a região e o bode vira atração em tudo. É como a festa do Zebu em Uberaba. Essa é a diversidade cultural que faz do Brasil um País singular. Mas há algo interessantíssimo para visitar e curtir: o Lajeado do Pai Mateus.
LAJEDO DO PAI MATEUS
Para os mais velhos da cidade, o Pai Mateus foi um ermitão curandeiro que viveu no Lajedo, solitariamente, nos meados do século XVIII. No lajedo se encontra a suposta gruta onde Pai Mateus viveu. Na gruta, se pode ver objetos rústicos que teriam pertencido ao ermitão, sua cama de pedra, além das paredes recobertas com dezenas de marcas de mãos humanas, tingidas de ocre pelo efeito do óxido de ferro.
Em entrevista à Folha do Meio, a engenheira agrícola, Andressa Bacchetti, analista de recursos hídricos do Instituto de Meio Ambiente do Espírito Santo, explicou sua sensação de conhecer Cabaceiras, no sertão da Paraíba. Segundo Vanessa Bacchetti, com vasta experiência na área de desertificação, de meio ambiente e de turismo, visitar Cabaceiras traz uma sensação de que tudo ali é tão imenso que o visitante se sente pequeno, mas ao mesmo tempo é tão integrado com a natureza que a pessoa se sente enorme. “Confunde-se criador e criação. O local é místico, cheio de energia: uma imensa sensação de paz nos invade. O sol é escaldante, estamos sobre a rocha nua, mas o vento é intenso e refrescante. Não há sensação de calor em pleno meio-dia no ‘sertão’! É tudo maravilhosamente sagrado naquele local. Tudo é inusitadamente belo. Êita, Semiárido danado de bonito!”
A formação rochosa é fruto do desgaste do solo ao longo de milhões de anos, em função de fissuras naturais e grandes variações de temperatura. Um dos blocos mais famosos é a Pedra do Capacete, por seu formato peculiar Em algumas pedras são encontradas pinturas rupestres atribuídas aos índios cariris, que viveram na região há cerca de 12 mil anos.