Cerrado

Desmatamento no Cerrado bate recorde no acumulado do ano, mas Amazônia vê queda em abril

5 de maio de 2023

Dados do Inpe alertam para urgência na proteção dos biomas brasileiros

da redação

 

O desmatamento no Cerrado, bioma brasileiro característico pela sua biodiversidade e sua importância para a manutenção dos recursos hídricos do país, atingiu um recorde histórico nos primeiros quatro meses de 2023, segundo dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram registrados 2.133 km² de áreas desmatadas no período, um aumento de 14,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Essa é a maior taxa de desmatamento já registrada no Cerrado desde o início da série histórica do Inpe, em 2019, quando os alertas de desmatamento começaram a ser monitorados de forma mais precisa com a ajuda de tecnologias de sensoriamento remoto.

As causas do aumento do desmatamento no Cerrado são múltiplas e complexas, envolvendo tanto a pressão por terras para a expansão da agricultura e da pecuária, como a exploração ilegal de madeira e a grilagem de terras públicas. Além disso, o enfraquecimento da legislação ambiental e a falta de fiscalização contribuem para a perpetuação do problema.

Enquanto isso, na Amazônia, os alertas de desmatamento caíram em abril de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o Inpe, foram detectados 810 km² de áreas desmatadas no mês, uma redução de 19% em relação a abril de 2022. No entanto, especialistas alertam que é preciso cautela na interpretação dos dados, já que a tendência de queda ainda é incerta e pode ser resultado de fatores como as condições climáticas e a presença de nuvens que dificultam a detecção do desmatamento por satélite.

De qualquer forma, os alertas de desmatamento na Amazônia acumulados nos primeiros quatro meses de 2023 mostram um aumento de 18,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, com 2.431 km² de áreas desmatadas. Esse cenário reforça a urgência de ações concretas para a proteção dos biomas brasileiros e para o combate ao desmatamento ilegal e às práticas que ameaçam a biodiversidade e os recursos naturais do país.