Brasília

Sustentabilidade em foco nas obras da W3 Sul

16 de maio de 2023

‌Substituição do pavimento para criação de corredor exclusivo para ônibus tem usado material reciclado

Carolina Caraballo, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

A preservação do meio ambiente está em foco nas obras da W3 Sul. A construção dos corredores revestidos de concreto, exclusivos para ônibus, tem usado vários materiais reciclados. Cascalho, guias e bocas de lobo provenientes da pista demolida estão sendo reaproveitados. Até o asfalto retirado da via tem ajudado a melhorar as estradas da zona rural do Distrito Federal. A reforma na W3 Sul mobilizou um investimento de R$ 25,6 milhões. Os recursos são provenientes da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e foram repassados à Secretaria de Obras por meio de convênio.

‌A reciclagem da matéria-prima da antiga faixa começa pelo reaproveitamento do próprio asfalto. Um processo conhecido como fresagem retira uma camada de aproximadamente sete centímetros do revestimento que, depois de triturado, é usado pela Novacap na cobertura de vias não pavimentadas do DF, em especial nas áreas rurais. Além de melhorar a trafegabilidade, o material ajuda a reduzir a poeira nas regiões.

Cascalho, guias e bocas de lobo provenientes da pista demolida estão sendo reaproveitados na reforma da W3 Sul | Foto: GDF Presente/Divulgação

O que está por baixo do asfalto também é reutilizado. Boa parte do cascalho proveniente da escavação volta à obra para compor a sub-base e a base da pista exclusiva para ônibus. “Usamos algumas das áreas verdes ao longo das quadras 300 para armazenar esse material”, explica o engenheiro civil fiscal da obra, Sandro Jardim. “Depois que o cascalho é reutilizado, limpamos e recuperamos o espaço”.

Para garantir ainda mais o caráter sustentável da obra, meios-fios e bocas de lobo em boas condições também são reciclados. “Tudo o que dá para ser reutilizado na obra, a gente aproveita”, garante Sandro. “É uma prática que gera economia porque a gente deixa de comprar muito material. E ainda tem um viés ambiental – reusando o cascalho, que é proveniente de jazidas, recorremos menos à exploração mineral”, completa Jardim.

A troca do pavimento na W3 Sul não é a única obra do DF que preza pela sustentabilidade. No Túnel de Taguatinga, as escavações renderam 353.219,54 m³ de terra. Desse volume, mais de 50% foi usado na própria construção viária, em serviços como terraplanagem e construções da laje.

Resistência e durabilidade

A substituição do pavimento da W3 Sul está pronta na altura das quadras 703 e 704. Nas quadras 705 e 706, a terraplenagem foi finalizada e só falta aplicar o concreto. Já as quadras 708 e 709 estão pavimentadas, dependendo apenas de acabamentos finais para serem liberadas.

“Tudo o que dá para ser reutilizado na obra, a gente aproveita. É uma prática que gera economia e ainda tem um viés ambiental”Sandro Jardim, engenheiro civil da obra

Quando a obra estiver concluída, cada lado da avenida terá uma faixa de rolamento com pavimento rígido, por onde passarão os ônibus, e duas com pavimento flexível, para o fluxo de carros e motocicletas. O revestimento de concreto é indicado para o trânsito de veículos pesados por ser mais resistente, duradouro e de fácil manutenção.