AMAZÔNIA

AMAZÔNIA PERDE 4,1 MILHÕES DE HECTARES EM FLORESTAS TROPICAIS

1 de julho de 2023

Entra ano, sai ano. Entra governo, sai governo. De direita, de esquerda ou de centro, nada segura a destruição de florestas no mundo. A Global Forest Watch, uma ONG internacional, publicou no final de junho um relatório que acendeu um sinal vermelho sobre o desmatamento do Planeta. Segundo o relatório, a destruição das florestas tropicais em todo o mundo aumentou 10% em 2022, em comparação com o ano anterior. E no Brasil, os dados são ainda mais alarmantes. De acordo com os dados do GFW, o país perdeu 15% das suas matas no último ano.

Da redação

A GFW traz em detalhes que em solo brasileiro, a área destruída foi de 4,1 milhões de hectares, o que equivale à perda de 11 campos de futebol por minuto. E toda essa destruição produziu 2,7 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono, algo semelhante com a emissão de toda a Índia. Foi a maior perda florestal não-relacionada a incêndios desde 2005.

Baseado em imagens de satélites, o relatório detalha que a maior parte da destruição ocorreu na Amazônia. Segundo o estudo, o Brasil tem cerca de 30% de toda a cobertura florestal do Planeta. No entanto, a destruição ocorrida no país responde por mais de 40% do desmatamento registrado em todo o mundo.

Um dado importante: a taxa de desmatamento nos territórios indígenas é muito menor que em terras não-indígenas Mas, motivado por invasões variadas e pela exploração desregrada da mineração, o relatório mostra que várias terras indígenas na Amazônia também perderam florestas tropicais.

CONGO, GANA E BOLÍVIA

A Bolívia e Gana fizeram algo inédito: bateram os próprios recordes de destruição. Aponta o relatório da GFW que a República Democrática do Congo o teve destruídos mais de meio milhão de hectares. É bom lembrar que o Congo é o segundo país com mais florestas no mundo. Bolívia e Gana também tiveram perdas relevantes de área florestal. Em solo boliviano, a perda florestal foi 32% maior que em 2021 – a terceira maior no mundo, superando até a Indonésia mesmo tendo menos da metade de área florestal em comparação com o país asiático. O principal motivo é a agricultura de commodities, e a expansão da soja também aparece como uma das razões.

Na foto, as dificuldades para “esquartejar” uma samaúma no século passado. Hoje a tecnologia permite que se faça a destruição das florestas com uma velocidade muito maior. As estradas, caminhões, guindastes, correntões, motosserras e valores de mercado deram um ganho absurdo ao deflorestamento.