BRASIL ABRE ALERTA CONTRA INCÊNDIOS FLORESTAIS
1 de julho de 2023Cerrado e Amazônia são os ecossistemas que mais sofrem com as queimadas e incêndios florestais
Tempo seco, pouca umidade do ar e o inverno sem chuvas anunciam: a temporada das queimadas chegou. Esses fatores criam as condições para o início dos terríveis incêndios florestais. O Cerrado brasileiro sofre todos os anos com os incêndios florestais. Só no Cerrado, em volta do Distrito Federal, todos os anos são mais de três mil focos de incêndio. São mais de 40 casos por dia. Os organismos oficiais federais e estaduais, como o próprio Distrito Federal, reforçam as brigadas de combate a incêndio. As unidades de Corpos de Bombeiros do DF, de Goiás, Tocantins e Mato Grosso montam operações especiais para combater as queimadas e conscientizar as comunidades. São cerca de mil homens e equipamentos variados: helicópteros e carros especiais para todas emergências. O Corpo de Bombeiros, nessa época, manda sempre o mesmo recado: acender fogueiras e soltar balões são práticas de risco. A queima de lixo e cigarros acesos também representam enorme perigo”.
A AÇÃO DO HOMEM SOBRE A NATUREZA
Técnicos do ICMBio e do Ibama confeccionaram um Manual de Prevenção de Combate aos Incêndios Florestais onde explica que, historicamente, a ação do homem sobre a natureza sempre foi muito intensa, especialmente nas zonas abertas, ilhas e litorais, extraindo as riquezas florestais das savanas, pampas, e, em menor intensidade, das áreas montanhosas. As florestas tropicais úmidas permaneceram até então à margem de tantas transformações. Porém, o aumento demográfico e a busca incessante dos governantes no sentido de fomentar a abertura de novas fronteiras agrícolas para acomodar contingentes populacionais cada vez maiores, sem o planejamento ambiental adequado do uso destes recursos, começaram a alterar de forma bem significativa os ecossistemas naturais do planeta.
COMUNIDADE TEM IMPORTÂNCIA NO COMBATE ÀS QUEIMADAS
Grandes extensões naturais foram gradativamente sendo substituídas por pastagens artificiais, culturas anuais e outras plantações de valor econômico. As emergentes e intensas alterações dos ecossistemas florestais, no mundo, nas últimas décadas, são um dos sérios problemas ambientais que enfrentamos atualmente. Os incêndios florestais constituem um dos fatores que mais contribuem para a redução das florestas em todo o mundo. Preservar as florestas nativas, combater a prática ilícita da queima e do desmatamento da cobertura vegetal natural são obrigações das instituições constituídas e dever de cada cidadão. Por isso as comunidades têm importância fundamental no combate às queimadas.
O FENÔMENO FOGO
Cientistas, sobretudo os estudiosos da raça humana, consideram que a maior invenção do Homem foi o controle do fogo. Ou seja, saber fazer e apagar o fogo. Por quê? Justamente porque isso deu ao Homem o essencial para sua sobrevivência e sua evolução: a melhoria e a criação das muitas alternativas para uma alimentação mais completa e saudável.
Segundo o Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do ICMBio, o FOGO é um fenômeno que produz calor a um corpo combustível na presença de ar. Uma vez iniciado o fogo, o calor gerado pela combustão proporcionará a energia necessária para continuidade do processo. Para iniciá-lo são indispensáveis três elementos básicos: combustível, ar e calor. Sem um desses três elementos não há fogo. Por ser uma reação caracterizada pelo desprendimento de luz e calor, o fogo afeta diretamente: a vegetação, o ar, o solo, a água, a vida silvestre, a saúde pública e a economia.
TRISTES LEMBRANÇAS
Em 2005, no mês de setembro, um incêndio destruiu 7% da vegetação do Jardim Botânico de Brasília. A verdade é que produtores rurais e até moradores urbanos insistem em queimar lixo em suas propriedades. E aí que mora o perigo.
Técnicos explicam que o governo e as brigadas de voluntários estão sempre atentos, mas a população não coopera. “É preciso conscientizar a comunidade e mostrar como é perigoso queimar lixo em áreas próximas ao Jardim Botânico. É incrível como ainda hoje jogam toco de cigarro pela janela do carro. Qualquer fogo pode ter consequências desastrosas.
193: EMERGÊNCIA
Técnicos do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) no DF, explicam que o Parque Nacional de Brasília tem 44 mil hectares. A cada ano o plano operacional para prevenir as queimadas e combater qualquer incêndio com muita rapidez.
Os funcionários do parque são treinados e recebem instruções sobre como agir em casos de emergência. O importante é que a população precisa fazer a sua parte para evitar os incêndios.
NÚMEROS DAS QUEIMADAS NO BRASIL
— 300 mil queimadas ocorrem por ano no Brasil;
— 85% das queimadas ocorrem na Amazônia Legal (Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, parte do Maranhão, do Mato Grosso e do Tocantins);
— 90% ocorrem em áreas desmatadas;
— Os estados que mais fizeram queimadas nos últimos anos foram Mato Grosso (38% do total), Pará (27%), Maranhão (10%) e Tocantins (7%).
DESCONTROLE DO FOGO
NAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS
O descontrole do fogo com a prática das queimadas na agricultura cria um desequilíbrio ambiental, perda de fertilidade do solo, poluição, destruição das redes de eletricidade, de cercas e muitos acidentes rodoviários e até aéreos, quando a fumaça atinge regiões próximas a aeroportos. Em toda estação seca, quando acontecem os incêndios florestais, há grandes prejuízos para o Brasil.
IMPACTO AMBIENTAL
A preocupação das comunidades científica e ambientalista
Os governos estaduais e federal promovem intensa campanha de controle do uso do fogo na agricultura. Uma das metas da campanha é justamente levar aos agricultores, por intermédio da Embrapa, tecnologias alternativas para reduzir a prática da queimada no manejo da terra e garantir a produtividade. A verdade é que o uso das queimadas pelos agricultores é antigo e tem como finalidade a limpeza das áreas, a queima de resíduos para eliminar pragas e doenças, a renovação de pastagens, a queima de dejetos de serrarias e de lixo urbano ou ainda como técnica de caça.
Acontece que o impacto ambiental das queimadas preocupa a comunidade científica, preocupa os ambientalistas e a sociedade em geral, principalmente quando gera incêndios florestais devastadores. Segundo os cientistas, o fogo afeta diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Isso sem falar na alteração da composição química da atmosfera, com o aumento do efeito estufa, e a maior penetração da radiação ultravioleta, com a destruição da camada de ozônio. E mais: ao escapar do controle, o fogo atinge tanto o patrimônio público quanto o privado, como florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia e construções.
As chamas e labaredas avançam deixando a flora e fauna do Cerrado um rastro de morte.
ONDE É PROIBIDO USAR FOGO
1) Nas florestas e demais formas de vegetação;
2) Para queima pura e simples de aparas de madeira, resíduos florestais e material lenhoso;
3) Também não se pode usar fogo numa faixa de 15 metros dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica;
4) Cem metros ao redor da área de domínio de subestação de energia elétrica;
5) Vinte e cinco metros ao redor da área de domínio de estações de telecomunicações;
6) 50 metros a partir do aceiro existente nas Unidades de Conservação;
7) 15 metros de cada lado das rodovias estaduais e federais e das ferrovias, medidos a partir da faixa de domínio;
8) Em área definida pela circunferência de raio igual a 11 mil metros, tendo como referência o centro geométrico da pista de pouso dos aeroportos.
SAIBA MAIS
E O QUE É O FOGO?
O fogo é um fenômeno natural. É o desenvolvimento simultâneo de calor e luz, produzido pela combustão de certos corpos. Toda a biomassa da floresta consiste de acúmulo de energia produzida pela fotossíntese. O dióxido de carbono, a água e a energia solar combinam-se para produzir celulose e outros carboidratos. Esse material é armazenado em todas as plantas verdes. O fogo reverte rapidamente esse processo, liberando a energia armazenada. É fácil visualizar essa relação básica ao se comparar as fórmulas da fotossíntese:
CO2 + H2 O + ENERGIA SOLAR – (C6 H10 O5) + O
e a combustão:
(C6 H10 O5)N + O + IGNIÇÃO – CO2 + H2 O + CALOR
Pode-se observar que as fórmulas são quase idênticas, mas em direções opostas.