Estudo do Distrito Federal otimiza reaproveitamento sustentável de entulhos
3 de novembro de 2023Levantamento de gravimetria dos resíduos realizado em parceria entre SLU e Adasa permite identificar conteúdo descartado e planejar descarte
O Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU-DF) e a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) estão analisando e mapeando as milhares de toneladas diárias de entulhos descarregados na Unidade de Recebimento de Entulhos (URE), na Estrutural.
A iniciativa faz parte de estudo conduzido pelos órgãos, entre 21 e 27 de outubro, que permitirá traçar estratégias para otimizar o gerenciamento e a destinação adequada dos restos de construção civil.
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Estudo conduzido por SLU e Adasa vai subsidiar o GDF na elaboração de políticas públicas voltadas para o melhor reaproveitamento de materiais descartados | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília
No período, os servidores do SLU e da Adasa realizaram a gravimetria de 186 cargas da URE, totalizando mil toneladas de resíduos analisados. A prática consiste em obter, por meio da triagem do conteúdo descartado, informações sobre a composição, qualidade e quantidade destes materiais.
Agora, os dados coletados estão em fase de análise pelos técnicos responsáveis. O objetivo é utilizar o estudo como subsídio ao Governo do Distrito Federal (GDF) na elaboração de políticas públicas voltadas para o melhor reaproveitamento dos materiais descartados.
“A partir desse resultado, vamos poder obter uma caracterização mais detalhada dos tipos de resíduos que entram na URE. É um estudo que nos permite uma análise mais precisa das alternativas para melhor aproveitamento do material descartado”, explica Élen Dânia dos Santos, superintendente de Resíduos Sólidos da Adasa.
Reaproveitamento
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Responsável pelo núcleo de fiscalização da URE, Felipe Leite Nisiyama afirma que, atualmente, das cinco mil toneladas diárias recebidas pela unidade, apenas 30% do total consegue ser reaproveitado na confecção do chamado resíduo de construção civil, o RCC.
“Essa baixa taxa de reaproveitamento decorre do fato de a maioria das cargas que chegam aqui estar muito misturada, com grande quantidade de materiais recicláveis que não deveria vir para cá. Há, hoje, uma baixa conscientização da população sobre o descarte adequado do entulho”, detalha.
Nisiyama destaca que o RCC produzido na unidade é responsável por abastecer todas as regiões administrativas. “Aqui, o entulho é transformado em material agregado, como a brita, que, por sua vez, pode ser utilizada na pavimentação de ruas não asfaltadas”, exemplifica.
Descarte adequado
O SLU não recolhe entulho de obras privadas. Esta é uma responsabilidade exclusiva do gerador dos resíduos, que deve procurar uma empresa especializada e credenciada pelo órgão para realizar o descarte adequado dos materiais. Quem descarta restos de construção civil em áreas públicas e terrenos baldios está sujeito à aplicação de multa.
Só é dispensada a contratação de empresa credenciada quando o entulho resultante da obra realizada foi inferior a 1 m³ por dia. Respeitado o limite, o descarte pode ser feito em uma das 23 unidades de papa-entulho espalhadas pela capital federal. O mapa com endereços dos equipamentos públicos pode ser consultado neste site.