MMA, AGU e jovens ativistas fazem acordo para encerrar ação sobre meta climática
23 de novembro de 2023Partes concordaram que processo perdeu sentido após governo federal corrigir alterações da gestão passada
Ministra Marina Silva e advogado-geral da União, Jorge Messias, assinam acordo com ativistas. Foto: Renato Menezes/AGU
O MMA e a Advocacia-Geral da União (AGU) firmaram acordo na quarta-feira (21/11) com jovens ambientalistas que foram à Justiça em 2021 contra a revisão da meta climática brasileira, que permitiria ao país emitir cerca de 400 milhões de toneladas de gases causadores de efeito estufa a mais até 2030. O retrocesso da gestão passada foi corrigido em setembro pelo governo federal.
O Comitê Interministerial da Mudança do Clima (CIM), que reúne 18 ministérios, emitiu resolução ordenando a correção, que já foi oficializada à ONU. O país retomou a ambição assumida no Acordo de Paris, de 2015, de cortar as emissões em até 48% até 2025 e em 53% até 2030, na comparação com os níveis de 2005. A retomada, concordaram as partes, tornou a continuidade do processo desnecessária.
O acordo foi celebrado em cerimônia com a presença da ministra Marina Silva e do advogado-geral da União, Jorge Messias, na sede da AGU, em Brasília. O acordo será submetido à homologação da Justiça Federal de São Paulo, onde tramita o processo movido pelos ativistas Paulo Ricardo de Brito Santos, Thalita Silva e Silva, Walelasoetxeige Paiter Bandeira Suruí, Paloma Costa Oliveira, Marcelo dos Santos Rocha e Daniel Augusto Araújo Gonçalves Holanda.
A conciliação também prevê que a nova meta climática do país seja elaborada de forma transparente e com ampla participação social. A futura Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), nome oficial da meta, será desenhada no âmbito do Plano Clima e apresentada à ONU em 2025, segundo determinado pelo Acordo de Paris.
“A gente tinha a subtração do compromisso do Brasil durante o governo anterior, voltamos para o compromisso originário e já estamos comprometidos em fazer a nossa nova meta, aumentando cada vez mais a potência e a intensidade”, afirmou Marina.
Messias destacou o comprometimento do governo federal com as metas climáticas:
“Sob a liderança do presidente Lula, o Brasil reafirmou seu compromisso com o Acordo de Paris. Este compromisso não é apenas uma meta, é uma promessa para as futuras gerações, uma garantia de futuro sustentável”, declarou.
A assinatura do acordo ocorreu a uma semana da COP28, que será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Após quatro anos, o Brasil retomará a tradição de unir sociedade civil, setor privado, academia, governo federal e governos subnacionais em um único pavilhão durante a conferência.
Ação conjunta
Os autores da ação ressaltaram a necessidade de diálogo entre sociedade e lideranças comprometidas com o combate à mudança do clima. Segundo o ativista Marcelo Rocha, o grupo está “muito feliz de saber que esse é um espaço aberto para a gente construir mais futuros”.
A juventude “carrega o peso de ser a última geração capaz de fazer alguma mudança”, discursou Talita Silva e Silva, outra autora da ação:
“Precisamos de líderes comprometidos com o combate à crise climática e que estejam de portas abertas para fazer essa construção através de muitas mãos. Principalmente dando protagonismo às populações mais vulneráveis”, afirmou.
Para a procuradora Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, Mariana Barbosa Cirne, a assinatura do acordo resgata o retorno da política climática brasileira:
“Nós voltamos, o Brasil voltou e as nossas metas voltaram. A gente vai construir de maneira participativa, de uma maneira como a gente sabe fazer uma gestão pública sustentável para um futuro muito melhor”, declarou. (Com informações da Advocacia-Geral da União)
Assessoria de Comunicação do MMA
[email protected]
(61) 2028-1227/1051